Política

Quem são os 6 presos pela PF na operação que investiga fraude no cartão de vacina de Bolsonaro

Operação da PF prendeu pessoas suspeitas de estarem envolvidas em esquema de fraude de cartões de vacina contra Covid-19; PF realizou buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro e apreendeu celulares

Mauro Cid, Max Guilherme e Ailton Gonçalves Moraes Barros, 3 dos 6 presos pela PF suspeitos de fraudar cartões de vacinação. Fotos: Reprodução
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira 3, a Operação Venire, a fim de investigar a suposta prática de inserção de dados falsos de vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Na operação, foram feitas buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que incluíram a apreensão do seu celular.

As investigações apontam, até o momento, que os dados do cartão de vacinação do ex-presidente, da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, da filha do casal, Laura Bolsonaro, e de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, teriam sido fraudados. 

A PF cumpriu seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Confira a lista de pessoas presas na manhã desta quarta-feira:

Mauro Cid

Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel do Exército Mauro César Barbosa Cid, seu ‘faz-tudo’ (Reprodução/Redes Sociais)

Preso em Brasília, o tenente-coronel Mauro Cid é um dos oficiais mais próximos a Bolsonaro. Ele foi o responsável pela fracassada operação de resgate parte das joias sauditas que a gestão Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil. A assinatura do ofício enviado à Receita Federal, no qual consta a informação de que um auxiliar de Bolsonaro pegaria as joias, é de Mauro Cid.

Em caso anterior envolvendo o tratamento dado por Bolsonaro à pandemia de Covid-19, Mauro Cid esteve presente na live feita em outubro de 2021, na qual Bolsonaro associou, sem comprovação, a vacina contra a Covid-19 e o HIV. A PF concluiu que o ex-presidente disseminou desinformação.

Além disso, Cid é investigado no inquérito das milícias digitais, no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), sob suspeita de realizar transações ilegais a favor de Bolsonaro. Até o momento, a defesa de Mauro Cid não se pronunciou sobre a prisão de hoje.

Max Guilherme

Ex-segurança de Bolsonaro, Max Guilherme.
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Max Guilherme Machado de Moura faz parte, segundo a PF, do grupo que articulou o processo de fraude nos cartões de vacina. Conhecido de Bolsonaro há mais de dez anos, ele foi sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope), no Rio de Janeiro, por 17 anos.

Em Brasília, foi promovido a assessor especial por Jair Bolsonaro. Ele foi um dos seguranças presentes no episódio da facada sofrida por Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG), nas eleições de 2018. Durante o governo, Max Guilherme era figura próxima de Bolsonaro, em viagens oficiais e nas aparições do ex-presidente no “cercadinho” em frente ao Palácio do Alvorada.

Nas eleições do ano passado, Max Guilherme concorreu a deputado federal pelo PL do RJ, mas não foi eleito. Ele acompanhou o ex-presidente na passagem recente deste pelos Estados Unidos. Sobre a prisão de hoje, a defesa de Max Guilherme ainda não se manifestou.

João Carlos de Sousa Brecha

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Secretário Municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha é advogado e já atuou como chefe de gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Foi, também, presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Duque de Caxias. Segundo as investigações da PF, ele é um dos suspeitos de fraudar cartões de vacinação da Covid-19 no governo Bolsonaro.

Ele teria sido o responsável por acessar o sistema do ConectSus e inserir os dados de vacinação no estado do Rio de Janeiro em outubro de 2022. O jornal O Estado de S. Paulo ouviu Brecha antes da prisão, que disse que “não tinha nenhuma relação com o ex-presidente ou com sua família”.

Sérgio Rocha Cordeiro

Capitão da reserva, Sérgio Cordeiro atuou como assessor especial da Presidência da República desde o início do governo Bolsonaro. Após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibiu, nas eleições de 2022, que Bolsonaro usasse a estrutura do Palácio do Alvorada para realizar lives, Sérgio Cordeiro cedeu a sua casa para que o ex-presidente realizasse as transmissões, segundo informações do portal UOL e que foi confirmada por Bolsonaro.

Assim como os demais, a defesa de Sérgio Cordeiro ainda não se manifestou sobre a prisão.

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Ailton Gonçalves Moraes Barros. Foto Divulgação/TSE

Candidato a deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PL, em 2022, Ailton Barros apresentava-se como “01 de Bolsonaro” durante a campanha eleitoral. Embora não tenha sido eleito, conseguiu a suplência.

Antigo oficial da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), foi exonerado, em março de 2022, do cargo de assessor que ocupava na Casa Civil do governo do Rio de Janeiro.

Como os demais, é suspeito de integrar a equipe que fraudava os cartões de vacinação, visando facilitar a entrada nos Estados Unidos.

Luís Marcos dos Reis

Sargento do Exército, Luís Marcos dos Reis é ex-integrante da equipe de Mauro Cid.

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