Justiça
Entenda o que acontece após a apreensão dos celulares de Bolsonaro pela PF
O ex-presidente foi chamado a depor sobre a Operação Venire ainda nesta quarta, mas se recusou
A Polícia Federal apreendeu, na manhã desta quarta-feira 3, celulares pertencentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O mandado de busca foi cumprido na casa do ex-capitão, em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília.
Os celulares agora serão encaminhados ao Instituto Nacional de Criminalística e passarão por perícia que analisará mensagens, dados e informações – inclusive as que possam ter sido apagadas pelo ex-capitão.
Em entrevista na saída de sua casa, o ex-presidente confirmou que seus dispositivos foram apreendidos. Disse ainda que eles não possuem senha de acesso.
Bolsonaro também negou que tivesse participado de qualquer fraude envolvendo seus comprovantes de imunização.
O ex-presidente foi chamado a depor à PF sobre os fatos ainda nesta quarta mas, segundo apurou a TV Globo, se recusou a depor.
Bolsonaro seria ouvido às 10h desta quarta por uma equipe da Polícia Federal em Brasília.
A Operação Venire – uma alusão ao princípio venire contra factum proprium, que significa “agir contra seus próprios atos” – investiga fraudes nos cartões de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro e seus auxiliares.
Entre as carteiras de vacinação que teriam sido fraudadas estão a do próprio Bolsonaro, a da filha caçula do ex-presidente, Laura Bolsonaro, a de Cid e e da mulher do tenente-coronel.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, diz trecho da nota da PF sobre a Operação Venire.
As ações ocorreram no âmbito do inquérito policial em trâmite no Supremo Tribunal Federal que investiga a ação de “milícias digitais”.
Até o momento, seis pessoas foram presas, incluindo o ex-ajudante de ordens do ex-capitão, Mauro Cid.
Além dele também foram presos o PM Max Guilherme Machado de Moura, Sérgio Rocha Cordeiro, o secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, Luis Marcos dos Reis e Ailton Gonçalves Moraes.
Inicialmente, a PF afirmou que os celulares de Michelle Bolsonaro também haviam sido apreendidos. A ex-primeira-dama, contudo, negou o fato em suas redes sociais.
“Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido”, escreveu Michelle no Instagram. “Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria ‘falsificação de cartão de vacina’ do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada.”
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.