Política

CPMI do 8 de Janeiro aprova plano de trabalho; leia a íntegra

Como antecipado, a ideia é iniciar a apuração nos eventos que antecederam o ataque terrorista do dia 8

Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
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A CPMI do 8 de Janeiro aprovou, nesta terça-feira 6, o plano de trabalho da comissão por 18 votos a 12. O documento é de autoria da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Como antecipado, a intenção do colegiado é iniciar a apuração nos eventos que antecederam o ataque terrorista do dia 8. O ponto de partida definido no documento é a atuação de Anderson Torres e Silvinei Vasques, diretor da PRF durante as eleições. A intenção é apurar as blitzes montadas pela dupla durante o segundo turno.

Depois, o foco do colegiado será o ataque promovido por bolsonaristas em Brasília no dia 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula (PT) no Tribunal Superior Eleitoral. A ação é considerada um preparatório para a tentativa de golpe de janeiro. Em seguida, o grupo irá investigar a tentativa de atentado ao aeroporto da capital federal.

“Se nosso leme serão os eventos do dia 8 de janeiro, nos parece incontornável que tenhamos que esmiuçar os fatos preparatórios ao que aconteceu em tal data”, destaca um trecho do plano lido por Eliziane.

“Seguindo essa linha, entendemos que alguns fatos materializados em dezembro de 2022 não foram objeto de atenção devida, provavelmente em razão do contexto político extravagante que atualmente vivemos. Nessa esteira, dois acontecimentos gravíssimos ocorridos nos dias 12 e 24 do referido mês ficaram eclipsados pelo impacto do 8 de janeiro e também pelo fato de que estávamos próximos do fim de um ciclo político, e ainda sob a égide de um espírito beligerante exacerbado por parte de alguns segmentos da sociedade e de grupos de pessoas”, explica a relatora.

Apurados os eventos de vandalismo, os acampamentos em frente aos quartéis do Exército pelo Brasil passarão ao centro das discussões da CPMI. O foco, neste caso, será o ajuntamento em Brasília, de onde saíram os golpistas que atacaram as sedes dos Três Poderes naquele dia 8 de Janeiro.

Após os acampamentos, o trabalho da comissão será investigar a atuação do governo federal e do governo do DF naquele dia 8, bem como a incitação dos golpistas feitas por agentes políticos nas redes sociais.

Por fim, o plano prevê um momento específico de apuração da “relação do Tenente-Coronel Mauro Cid com pessoas envolvidas com o fato determinado investigado por esta CPMI e com eventuais conspirações golpistas”.

Depoimentos

O plano de trabalho cita ainda que os depoimentos de Anderson Torres e do general Augusto Heleno deverão ser tomados já nas primeiras semanas da comissão. Integrantes do atual governo também foram listados como depoimentos esperados. São eles: o ministro da Justiça, Flávio Dino; o então interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli; e o general Gonçalves Dias, ex-ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Também de acordo com o plano lido, os autores da tentativa de atentado ao aeroporto serão ouvidos.

“Todos eles, certamente, têm muito a contribuir com esta CPMI”, disse a senadora.

Os requerimentos de depoimentos, que constavam em anexo ao plano de trabalho, porém, ainda não foram aprovados. A expectativa é de que a votação dos pedidos listados no arquivo final do plano ocorra na próxima reunião, marcada para a próxima terça-feira 13.

Por ora, apenas as linhas gerais do plano, portanto, ficaram aprovadas. O teor do texto, importante ainda registrar, não teve unanimidade e foi duramente criticado pela oposição. A alegação principal, neste caso, é de que o planejamento teria antecipado conclusões e seria, nesta visão, precipitado. A linha de entendimento, porém, foi superada na votação.

Leia a íntegra do plano apresentado e aprovado:

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