Política
A divergência no governo Lula sobre a postura de Tarcísio com os bolsonaristas golpistas
A Polícia Militar de SP desmontou o acampamento em frente ao Comando Militar do Sudeste sem prender ninguém em flagrante
A postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acampados em frente ao Comando Militar do Sudeste, na capital paulista, gerou divergências entre integrantes do governo Lula (PT).
A discordância está no não cumprimento da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou a desocupação e dissolução dos acampamentos bolsonaristas e a prisão em flagrante de seus participantes.
Em Brasília, segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), mais de 1,5 mil pessoas foram presas em flagrante ou detidas em decorrência dos atos de terrorismo praticados na capital federal.
Já em São Paulo, a Polícia Militar desmontou o acampamento. Um fotojornalista chegou a ser agredido ao adentrar o ambiente para registrar a desmobilização.
O secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Muraro Derrite, afirmou que “as ações que aconteceram em Brasília não encontram similaridade em São Paulo”.
O tom adotado é o mesmo de Dino que, a CartaCapital, disse que “cada situação exije uma resposta jurídica diferente”, mas que não acompanhou diretamente a situação em SP.
Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), classificou como “erro” o não cumprimento na íntegra do despacho de Moraes.
Ambos participaram, na noite de segunda-feira 9, da reunião do presidente Lula (PT) com governadores e integrantes dos Poderes Judiciário e Legislativo. Na ocasião, Tarcísio, que é ex-ministro de Bolsonaro, declarou que a democracia vai se tornar mais forte após os ataques terroristas.
“A democracia, que é um valor que tem que ser defendido, exaltado, e a reunião de hoje significa que a democracia vai se tornar, depois de ontem, mais forte”, afirmou. “Estou muito feliz de estar participando dessa reunião e enaltecer a capacidade de diálogo”.
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