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O tempo urge

O governo Lula prorroga a GLO em portos e aeroportos, mas ainda deve à população um plano para deter o avanço do crime organizado no País

Tic-tac... Com o prolongamento da operação, o ministro Ricardo Lewandowski ganha alguns meses preciosos para decidir o próximo passo após a retirada dos militares – Imagem: Operação Tridente/Marinha do Brasil, Carl de Souza/AFP e Jamile Ferraris/MJSP
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Inicialmente programada para acabar no início de maio, a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que dá às Forças Armadas permissão para executar “ações de vigilância, prevenção e repressão” nos portos e aeroportos de Rio de Janeiro e São Paulo, foi estendida por mais 30 dias pelo governo federal. Embora existam dados a comprovar grande número de prisões, apreensões de armas e drogas e confisco de ativos, o balanço da operação iniciada em novembro do ano passado para combater as organizações criminosas deixa nos ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública a velha sensação de enxugamento de gelo. Já aos olhos da população, as atividades de facções como o Primeiro Comando da Capital ou o Comando Vermelho parecem ir muito bem, obrigado.

Com a batata quente da segurança pública a arder no seu colo, o governo hesita sobre o que fazer. Em reunião com o presidente Lula, os ministros José Múcio e Ricardo Lewandowski avaliaram que a prorrogação da GLO se faz necessária, para que haja tempo de decidir o próximo passo após a saída dos militares. Resilientes, as duas maiores organizações criminosas do País não dão sinais de que vão abrir mão da expansão dos negócios ilícitos, que passam pela ampliação do domínio territorial do CV contra as milícias ou facções rivais no Rio e pelo controle das rotas internacionais do tráfico e infiltração e “legalização” do PCC nos setores governamental e empresarial em São Paulo. Deflagrada há um mês pela polícia paulista no âmbito de um inquérito do Ministério Público que apura a participação societária de integrantes do PCC em empresas de ônibus na capital, a Operação Fim de Linha revelou que a facção chegou a outro patamar: “A organização está tomando contornos de máfia, se infiltrando no Estado, participando de licitações. Isso é característico de máfias, como a gente já viu na Itália”, alerta o promotor Lincoln Gakiya.

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