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Entenda o que diziam as propostas rejeitadas de Rússia e EUA sobre Israel x Hamas

Diante da paralisia do Conselho de Segurança, a Assembleia-Geral da ONU deve discutir a guerra nesta quinta-feira 26

Foto: TIMOTHY A. CLARY/AFP
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O Conselho de Segurança da ONU rejeitou, nesta quarta-feira 25, dois novos projetos de resolução sobre a guerra entre Israel e o Hamas, apresentados por Rússia e Estados Unidos.

O texto norte-americano, votado primeiro, teve 10 votos a favor, três contra – entre eles, de Rússia e China, com direito a veto – e duas abstenções. No total, quatro projetos de resolução sobre o conflito foram rechaçados nos últimos dez dias na ONU.

Além de condenar “inequivocamente os odiosos ataques terroristas do Hamas e de outros grupos”, o texto reforçava “o direito de todos os Estados à autodefesa”, uma óbvia menção indireta a Israel.

Também pedia “pausas humanitárias” para que a ajuda chegue à população de Gaza, submetida a um bloqueio israelense, e mencionava a necessidade de continuar a trabalhar pela criação de dois Estados, um israelense e outro palestino, convivendo “lado a lado, em paz”.

O texto dos Estados Unidos, porém, não defendia um cessar-fogo. A avaliação do governo de Joe Biden é que a medida beneficiaria apenas o Hamas.

Na semana passada, os norte-americanos vetaram uma resolução liderada pelo Brasil, que recebeu 12 votos a favor, porque a proposta não citava “o direito de Israel de se defender”.

Nesta quarta, o embaixador russo na ONU, Vassili Nebenzia, classificou o projeto americano de “altamente politizado” por descumprir “os padrões mais básicos de qualidade” e não conter “um chamado de cessar-fogo”.

Submetido a votação em seguida, o projeto russo também foi rejeitado, com quatro votos a favor, dois contra (Estados Unidos e Reino Unido) e nove abstenções.

No texto, a Rússia pedia “o estabelecimento imediato de um cessar-fogo humanitário duradouro e plenamente respeitado” e condenava “toda a violência e as hostilidades contra civis”.

Ao contrário de outro projeto russjo rejeitado na semana passada, a versão desta quarta mencionava especificamente o Hamas e condenava “os ataques abomináveis” do movimento palestino contra Israel em 7 de outubro. Para a França, contudo, o fato de a redação não qualificar os ataques como “terroristas” motivou sua abstenção.

Para ser aprovada, uma resolução requer a aprovação de pelo menos 9 dos 15 membros do Conselho, sem o veto de nenhum dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China).

Diante da paralisia do Conselho de Segurança, a Assembleia-Geral da ONU abordará a guerra israelense-palestina em um debate previsto para esta quinta-feira 26.

As resoluções da assembleia, instância a representar todos os Estados-membros da ONU e na qual não há direito a veto, não são vinculantes, mas os países árabes trabalham em um texto que poderá ser submetido a votação esta semana.

O rascunho, ao qual a agência AFP teve acesso, defende um “cessar-fogo imediato” e o acesso “sem entraves” da ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

A incursão do Hamas em 7 de outubro deixou mais de 1.400 mortos, a maioria deles civis, segundo as autoridades israelenses. De acordo com o Hamas, mais de 6.500 pessoas, a maioria civis, foram mortas em Gaza nos bombardeios incessantes de retaliação.

(Com informações da AFP)

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