Política

Tarcísio diz que carta em defesa da democracia ‘é o fim da picada’

Declaração contra o documento foi dada em sabatina da FAAP em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira

Foto: Reprodução/Estadão/Youtube
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O candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou as cartas em defesa da democracia, que contam com mais de 1 milhão de apoiadores, como ‘o fim da picada’. Segundo disse ao jornal O Estado de S. Paulo em sabatina promovida com a FAAP nesta quarta-feira 24, o documento contrário aos ataques ao sistema eleitoral ‘não faz o menor sentido’.

“Acho o fim da picada haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil, mas defendendo ditadura na Nicarágua, na Venezuela”, disse o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). “[…] Então, não faz o menor sentido”.

A classificação de Tarcísio contra as cartas gestadas na Universidade de São Paulo, na Federação das Indústrias de São Paulo e na Ordem dos Advogados do Brasil está em linha com o que diz Bolsonaro, seu principal aliado e padrinho político nestas eleições.

Para Tarcísio, os documentos teriam caráter político-partidário, mesmo não nomeando diretamente nenhum dos envolvidos nestas eleições. “Eu questiono o simbolismo daquele evento porque, para mim, tinha um cunho político-partidário. Para mim, [tinha] um cunho de oposição ao presidente que estava muito claro”.

Novamente, a declaração ecoa o que tem dito o ex-capitão, que alega que, ao repudiarem no texto os seus ataques ao sistema eleitoral e as suas infundadas alegações de fraudes nas urnas, os signatários estariam demonstrando apoio ao ex-presidente Lula (PT).

As cartas, no entanto, não fazem menções a qualquer partido ou candidato e contam com apoios de entidades que historicamente ocupam espectros ideológicos distintos, como as centrais sindicais e a Fiesp.

Na sabatina, Tarcísio também minimizou a polêmica em torno do seu domicílio eleitoral. Natural do estado do Rio de Janeiro, o ex-ministro mudou sua situação na Justiça Eleitoral para São Paulo a pedido do atual presidente. A alteração vem sendo questionada, inclusive juridicamente, por alegação de fraude. Ao jornal, disse estar sendo vítima de ‘um certo preconceito’.

“Eu sou um carioca que morou até os dois anos de idade no Rio. Então eu sou sempre rotulado de ‘ah o carioca, o carioca, o carioca’. Esse rótulo às vezes expõe um certo preconceito… ‘olha, ele é um carioca’, é quase como um ‘Meu Deus, cuidado, ele é carioca’”, destacou Tarcísio.

Recentemente, ele chegou a afirmar ser necessário um ‘forasteiro’ para resolver os problemas de São Paulo. Dias depois, também na sabatina do jornal, Fernando Haddad (PT) criticou a afirmação do ex-ministro de Bolsonaro: “Não precisamos de um cara de fora para resolver nossos problemas. […] O cara vem de pau mandado para cá e ainda critica os 46 milhões de habitantes e diz que não tem gente para resolver os problemas aqui”, rebateu o petista.

Sobre a polêmica, Tarcísio alegou ter ‘pisado na bola’ por uma frase sem contexto. “Essa frase foi descontextualizada. A gente está exposto o tempo todo. O tempo todo a gente dá declarações, nem sempre a gente vai ser feliz. Na menor pisada de bola, a gente é crucificado”, justificou.

Mais adiante, novamente, buscou inverter a acusação e disse estar sendo vítima de comentários depreciativos, já que ‘em nenhum momento’ teria questionado a capacidade dos paulistas em resolver problemas, mas que constantemente vê a sua capacidade sendo questionada ‘pelo pessoal’.

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