Política

Sem provas, Bolsonaro volta a afirmar que houve fraude na eleição de 2018

Há quatro meses, no entanto, o presidente se negou a apresentar evidências à Justiça

O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante culto evangélico na cidade de Anápolis (GO). Foto: Reprodução/TV Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a acusar fraude na eleição presidencial de 2018, durante culto evangélico na cidade de Anápolis, em Goiás, nesta quarta-feira 9. O ocupante do Palácio do Planalto repete a insinuação quatro meses depois de ter se negado a apresentar provas à Justiça sobre supostas irregularidades na votação.

“Eu fui eleito no 1º turno. Eu tenho provas materiais disso”, disse o presidente. “Mas o sistema, a fraude que existiu, sim, me jogou para o 2º turno.”

Na sequência, Bolsonaro disse que venceu o pleito com a ajuda de pessoas que “entendiam” de prevenção a fraudes.

“Outras coisas aconteceram, e eu só acabei ganhando porque tive muito voto e algumas poucas pessoas que entendiam de como evitar ou inibir que houvesse a fraude naquele momento, nos elegemos.”

Por uma declaração semelhante, em 9 de maio de 2020, Bolsonaro se tornou alvo de um processo movido pela Associação Livres, acatada pela juíza Ana Lúcia Petri Betto, da 6ª Vara Cível de São Paulo, em janeiro deste ano.

Na época, a magistrada deu 72 horas para que Bolsonaro apresentasse provas de fraude em 2018, mas a Advocacia-Geral da União pediu o trancamento do processo com o argumento de que a Associação não tinha legitimidade para propor a ação. A Justiça, então, extinguiu o processo.

Posteriormente, em março, a Associação Livres entrou com um recurso para evitar a anulação do processo. Em abril, o Ministério Público Federal se manifestou a favor da determinação de que Bolsonaro apresente provas. O caso está sob análise no Tribunal Federal Regional da 3ª Região e aguarda julgamento do relator, o desembargador Toru Yamamoto.

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