Justiça

Quem são os alvos da operação da PF contra o núcleo bolsonarista

A PF investiga se grupo articulou um golpe de Estado, com objetivo de invalidar eleição que deu vitória a Lula (PT) em 2022

Fotos: Marcos Corrêa/PR; José Dias/PR e Mateus Bonomi/Agif/AFP
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A Polícia Federal (DF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira 8, uma operação  que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e figuras políticas do seu entorno político e militar.

O objetivo é investigar se Bolsonaro e aliados de primeira hora tentaram dar um golpe de estado no país e invalidar as eleições presidenciais de 2022.

No total, a PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão. Outras diligências também foram tomadas pelos investigadores, a exemplo da retenção de passaportes (no caso de Bolsonaro, por exemplo) e proibição de contatos.

A lista é extensa e aparece em decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Prisões preventivas

Os mandados de prisão foram expedidos contra Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; Marcelo Câmara, coronel do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.

Buscas e apreensão

Já a lista de nomes que foram alvos de busca incluiu Valdemar Costa Neto, que é presidente do Partido Liberal (PL). Costa Neto foi uma das principais balizas políticas de Bolsonaro, sendo o chefe do partido pelo qual o ex-capitão disputou a reeleição.

Há, ainda, duas figuras de primeira importância do governo anterior: Walter Braga Netto e Augusto Heleno

General do Exército, Braga Netto foi ministro-chefe da Casa Civil e ministro da Defesa do governo anterior. Nas eleições de 2022, ele foi vice na chapa de Bolsonaro. Já Heleno foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, tendo sido um dos mais importantes conselheiros do governo anterior.

Outro nome do governo passado que foi alvo da operação de hoje é o do general Paulo Sérgio Nogueira, que chefiou o ministério da Defesa nos últimos meses da gestão Bolsonaro. Além dele, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, também foi alvo. No início do ano passado, Torres foi preso em decorrência dos ataques golpistas do 8 de Janeiro.

Outro nome próximo a Bolsonaro, que foi alvo hoje, é o de Tércio Arnoud Thomaz. Ele ocupou o cargo de assessor especial de Bolsonaro durante praticamente todo o governo. Tercio Arnoud é acusado de pertencer ao que ficou conhecido como ‘gabinete do ódio’: uma estrutura extra-oficial destinada à disseminação de notícias falsas a favor do núcleo bolsonarista.

No campo militar, três nomes também foram alvos. Um deles é o de Almir Garnier Santos, que foi comandante-geral da Marinha. Além dele, o coronel Ailton Barros também foi alvo. Barros chegou a ser preso sob acusação de intermediar a inserção de dados supostamente falsos no cartão de vacinação da família Bolsonaro. Por fim, outro alvo militar foi Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército.

Há, ainda na lista os nomes de Amauri Feres Saad, Angelo Martins Denicoli, Cleverson Ney Magalhães, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Guilherme Marques de Almeida, Hélio Ferreira Lima, José Eduardo de Oliveira e Silva, Laércio Vergílio, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira, Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.

Em todos os casos, por decisão de Moraes, a PF visava apreender armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos aqui descritos.

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