Política

PM entra em confronto com manifestantes contrários à privatização da Sabesp; sessão da Alesp é suspensa

Projeto de privatização da Sabesp tem despertado inúmeras críticas ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos)

Rodrigo Romeo/Alesp
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A sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo destinada à votação do projeto que privatiza a Sabesp, estatal de abastecimento hídrico no estado, foi suspensa após confronto entre policiais militares e manifestantes nesta quarta-feira 6. Os agentes da PM também usaram spray de pimenta e cassetetes para conter os protestos.

O presidente da Alesp, André do Prado (PL), determinou o esvaziamento das galerias por considerar que a segurança no plenário estava comprometido. Jornalistas que estavam na sala de imprensa também precisaram deixar o local por ordem da PM.

A confusão generalizada aconteceu após manifestantes forçarem uma cerca que dividia a galera da parte em que os deputados ficam. Muitas pessoas deixaram o local e se refugiaram nos banheiros para fugir dos agentes da PM.

Vivian Mendes, líder do partido Unidade Popular e candidata ao Senado por São Paulo nas últimas eleições, foi presa durante o tumulto.

Os manifestantes, que fazem parte do Sindicato dos Professores Estaduais e do Sintaema, que representa os trabalhadores do saneamento, entoavam gritos de protesto desde o início da ordem do dia.

Com a confusão, alguns deputados deixaram o plenário chorando com os efeitos da reação da PM – o deputado Rafael Silva (PSD), que é cego, precisou ser retirado do plenário em uma cadeira de rodas.

Entenda o projeto de privatização

O projeto de privatização da Sabesp tem despertado inúmeras críticas ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O texto apresentado pela gestão estadual libera a venda da empresa por parte do governo do estado, como um cheque em branco.

Os detalhes sobre a modelagem ainda serão definidos por Tarcísio e a matéria não aponta, por exemplo, por quanto a empresa será vendida, entre outros pontos.

O formato escolhido para entregar a companhia à iniciativa privada é o follow-on, baseado em uma oferta adicional de ações. Por esse modelo, haveria uma oferta pública primária e uma secundária. A companhia teria acionistas de referência, que manteriam uma participação entre 15 e 20%.

Com 50 anos de história, a Sabesp está presente em 375 municípios paulistas e é a segunda maior companhia de saneamento da América Latina. Trata-se de uma empresa de economia mista: o Estado detém 50,3% das ações e o restante é negociado nas bolsas de São Paulo e Nova York.

Mesmo que seja aprovado no plenário da Alesp, o projeto de privatização ainda precisa passar obrigatoriamente pela Câmara de Vereadores de São Paulo antes de ser sancionado, uma vez que a capital representa 44% do faturamento da companhia.

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