Política

O que diz ACM Neto sobre a relação entre o União Brasil e o governo Lula

A legenda controla três ministérios na gestão petista, além de cargos de segundo escalão

Max Haack/Secom Prefeitura de Salvador
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O ex-prefeito de Salvador ACM Neto disse não ver incoerência do União Brasil em manter sua posição de independência ao governo Lula, apesar de a legenda controlar três ministérios e cargos do segundo escalão na gestão petista. A declaração foi dada durante café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira 17 em Aracaju, no qual CartaCapital esteve presente.

Questionado pela reportagem sobre o posicionamento, o político baiano destacou que as indicações fazem parte da estratégia adotada pelo governo para estabelecer pontes com as bancadas da legenda na Câmara e no Senado e não possuem qualquer vínculo com a executiva nacional do partido.

“O União Brasil tem dado liberdade aos seus parlamentares para se posicionarem da forma que desejam. Uma parte da bancada tem votado alinhada ao governo, principalmente pautas aderentes aos nossos princípios. Uma outra parte faz oposição também com respeito nosso”, afirmou.

A sigla comandada por Luciano Bivar tem atualmente Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) na sua cota de indicações. O ministro Waldez Góes, apesar de ser filiado ao PDT, também foi indicado pelo União para a Integração Nacional. Ainda assim, a articulação política do governo critica a legenda por não entregar votos.

CartaCapital já mostrou, em diversas reportagens, que a resistência do União em integrar a base governista não é recente. Até recentemente, o Palácio do Planalto corria para ajustar a relação com a sigla com a negociação de cargos em estatais, a exemplo da Codevasf e da Funasa.

Durante o café da manhã, ACM Neto ainda disparou petardos ao presidente Lula por declarações sobre a meta fiscal. No início do mês, o petista afirmou não ser possível zerar o rombo nas contas públicas em 2024 e atribuiu a dificuldade ao que chamou de ganância do mercado.

Uma possibilidade de mudança na meta chegou a ser discutida entre integrantes do governo, mas prevaleceu a posição do ministro Fernando Haddad. Ontem, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Danilo Forte (União-CE), disse a jornalistas que o governo decidiu mater a meta fiscal de déficit zero.

“Na minha opinião, o presidente Lula neste primeiro ano perdeu a oportunidade, até aqui, de fazer um governo mais plural, mais amplo: menos PT, mais Brasil. Ouvindo a todos, construindo com todos. Ainda há tempo de consertar as coisas”, disse o ex-prefeito.

ACM Neto desembarcou na capital de Sergipe nesta sexta para um evento promovido pelo diretório estadual do União Brasil. Ao lado da deputada federal Yandra Moura, ele lançou o seminário “Novos Caminhos para Aracaju”, destinado à escuta da população sobre os problemas da cidade.

A iniciativa é vista como uma tentativa de preparar o terreno para uma eventual candidatura de Yandra nas eleições do ano que vem. Às vésperas de iniciar um ano eleitoral, políticos sergipanos têm antecipado as discussões sobre o pleito, com objetivo de fortalecer seus nomes e decantar resistências locais.

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