Justiça

O ‘alívio’ de Barroso com a desaprovação de 38% ao STF após 4 anos de Bolsonaro

O ministro avalia que a Corte não é parte do problema, mas da solução

Barroso negou pedido da Defensoria em dezembro, mas órgão diz que mortes na Operação Verão justificam obrigatoriedade do uso de câmeras. Foto: Carlos Moura/SCO/STF
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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira 20 sentir “um certo alívio” diante da notícia de que 38% dos brasileiros reprovam o trabalho dos juízes da Corte. O dado consta de uma recente pesquisa Datafolha, divulgada em 9 de dezembro.

Segundo o levantamento, a desaprovação subiu de 31% para 38% em um ano. A aprovação recuou de 31% para 27%, enquanto a avaliação regular foi de 34% para 31%.

O “alívio” se deve, segundo Barroso, ao fato de que o STF foi “o alvo principal de ataques na gestão anterior”. Trata-se de uma referência ao governo de Jair Bolsonaro (PL), marcado por ameaças e uma incessante ofensiva ao Judiciário.

“O Supremo foi eleito o inimigo do governo – injustamente, mas foi eleito. Portanto, teve mídia negativa durante quatro anos. Uma parte relevante do eleitorado votou no ex-presidente e, portanto, assimilou essa narrativa”, disse o ministro nesta quarta. “Portanto, há uma parte da sociedade que foi induzida a supor que o STF fosse um problema. E essa parte da sociedade elegeu muitos represenatntes do Congresso que vocalizam esse sentimento.”

Barroso disse ainda tentar reverter esse cenário e avaliou que o STF não é parte do problema, mas da solução. Outro fator a justificar a desaprovação, na avaliação do magistrado, é o fato de o tribunal decidir sobre questões divisivas da sociedade.

“A gente está sempre desagradando alguém. Ou desagrada o governo ou desagrada o contribuinte. Quando faz demarcação de terra indígena, desagrada os indígenas ou agricultores afetados”, prosseguiu. “O mérito de um tribunal nao pode ser aferido em pesquisa de opinião pública.”

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