Política

Novo advogado de Mauro Cid diz que militar repetirá silêncio se for reconvocado pela CPMI

Após novas versões apresentadas pela defesa do ex-ajudante de ordens na imprensa, parlamentares passaram a avaliar a tomada de um novo depoimento do tenente-coronel

Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na CPMI do 8 de Janeiro. Foto Lula Marques/Agência Brasil.
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O novo advogado de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, informou, neste domingo 20, que seu cliente repetirá o silêncio se for novamente convocado a depor na CPMI do 8 de Janeiro. A afirmação foi feita por Cezar Bitencourt ao site Poder360.

Na primeira vez que esteve diante dos parlamentares, Mauro Cid ficou em silêncio durante todo o depoimento. A opção foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. Mais tarde, porém, a indicação foi que o tenente-coronel teria ‘abusado’ do direito ao não responder perguntas simples e pouco comprometedoras.

Por isso, segundo Bitencourt, caso seja novamente chamado para depor, Cid responderá suas informações básicas de biografia.

“[Se convocarem o Cid] é só para exposição. Só para aparecerem. Porque ele vai fazer mesma coisa o que ele fez. Só um pouquinho diferente, [ele deve responder] ‘qual seu nome’, ‘estado civil’, ‘onde nasceu’”, declarou Cezar Bitencourt ao site.

A tomada de um novo depoimento de Mauro Cid ainda não é certa. A opção surgiu após o novo advogado do ex-ajudante de ordens indicar que o seu cliente faria uma confissão dos crimes. Na primeira versão, ele apontou Bolsonaro como mandante do esquema de venda de joias.

Mais tarde, após uma conversa com o advogado do ex-presidente, Bitencourt passou a apresentar uma versão diferente e mais confusa. A nova tese aliviaria o papel de Bolsonaro. Há, porém, diversos furos na nova linha de defesa. Ele minimiza.

Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo, o advogado disse que a única versão oficial será a que ele vai apresentar diante da Justiça, de resto seria apenas pequenas informações acerca de fatos. Na conversa ele ironiza e diz que pode apresentar de 20 a 30 versões antes de fechar uma linha final diante do Supremo.

“Eu vou dar 20 ou 30 versões, posso dizer o que quiser. A versão da defesa, efetivamente, vai vir nos autos. Não é questão de mudar. Imagine se eu tivesse que ficar preso com uma informação que eu dei? A defesa técnica eu faço no processo. Eu falo sobre fatos para jornalistas, não vou falar sobre defesa técnica”, disse ao jornal.

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