Política

Michelle Bolsonaro reforça a segurança para não ter que responder perguntas sobre as joias

Após escândalos, eventos do PL Mulher devem ocorrer sempre de portas fechadas e sem a participação da imprensa

Foto: Isac Nóbrega/PR
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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro optou por reforçar o número de seguranças no seu entorno durante suas agendas públicas para se blindar de perguntas sobre o recente escândalo da venda de joias, que atinge diretamente ela e seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A situação já foi registrada nesta sexta-feira 18, pelo jornal O Estado de S. Paulo, que foi até o local da reunião do PL Mulher, em São Paulo, que está sob o comando de Michelle. De acordo com a publicação, o evento não é mais aberto ao público e conta com um aparato de segurança maior do que nas edições anteriores. A imprensa também não é permitida circular no local.

A postura contrasta com o plano inicial do PL, que era ter na figura de Michelle uma espécie de cabo eleitoral. Assim como ocorre com o ex-presidente, a intenção da sigla era reunir imagens com o maior número possível de apoiadores, em especial mulheres, para usar durante a campanha em 2024. Os escândalos recentes, da venda das joias, porém, colocam freio na proposta.

Michelle terá, ao menos nas próximas reuniões, blindagem do partido. A intenção, revelam integrantes da sigla ao jornal, é que ela possa chegar e sair do local das reuniões sem ser interpelada pela imprensa. A ideia é não deixar a ex-primeira-dama em uma situação que seja obrigada a responder questões sobre as joias. Nem mesmo os apoiadores que aguardavam ela no hotel puderam falar com a ex-primeira-dama, registra o Estadão.

Os eventos só para filiadas do PL também ajudam a garantir a blindagem. Segundo a reportagem publicou nesta sexta-feira, Michelle não tratou dos escândalos que atingem ela e sua família ao longo da última semana. Seu discurso, disseram filiadas, “focou em questões gerais do partido e na preparação de pré-candidatas às eleições municipais do ano que vem.”

Vale lembrar que, no início das revelações sobre as joias, uma declaração de Michelle admitindo ter recebido uns dos kits luxuosos complicou a linha de defesa do ex-presidente. Desde então, ela se viu cada vez mais envolvida no esquema. Suspeita-se, inclusive, que parte do dinheiro tenha ido para as contas dela em depósitos fracionados feitos pelo tenente-coronel e sua equipe. O modus operandi é típico de esquemas de lavagem de dinheiro.

As revelações recentes também colocaram Michelle na mira da Justiça, tendo o Supremo Tribunal Federal decretado a quebra de sigilo de suas contas. A decisão também atinge o ex-presidente Bolsonaro. Ela, pouco antes do evento do PL Mulher, se mostrou incomodada com a situação. Nas redes, ironizou a decisão judicial dizendo que ‘bastava pedir’ que ela teria aberto os registros bancários.

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