Política

Confiante em 1º turno, PT espera ‘baixo nível’ de Bolsonaro nas próximas horas

O partido busca reduzir a abstenção e se mantém alerta sobre o risco de violência política

O ex-presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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A menos de 72 horas da eleição, o PT mantém o otimismo sobre a possibilidade de Lula (PT) vencer a disputa já no primeiro turno, mas reforça, nos bastidores, a luta para evitar um clima de “já ganhou”.

Ciente dos riscos de não obter o triunfo na primeira etapa – dada a incerteza sobre o nível de abstenção -, o partido centrou a estratégia dos últimos dias na intensificação da busca pelo “voto útil”.

Na terça 27, por exemplo, Lula participou de uma agenda com representantes da sociedade civil que não eram aliados do petista, mas se aproximaram dele para evitar uma vitória de Jair Bolsonaro (PL). São os casos, por exemplo, do tucano Aloysio Nunes, do economista André Lara Resende e do ex-ministro Rubens Ricupero.

Também nesta semana, a campanha lulista celebrou as adesões de nomes de peso da magistratura brasileira, como os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa – relator do julgamento do “mensalão”, em 2012 -, Celso de Mello e Carlos Velloso.

Na segunda 26, Lula já havia protagonizado um ato em São Paulo com forte apelo para atrair eleitores que hoje orbitam outras candidaturas, como a de Ciro Gomes (PDT) e a de Simone Tebet (MDB). Chamado de super live, o evento foi o último grande ato do primeiro turno e contou com a participação, virtual ou presencial, de nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Pabllo Vittar, Paulo Miklos e Daniela Mercury.

Nos últimos dias, porém, o ex-presidente cortou o número de compromissos, a fim de se preparar para o debate na TV Globo, na noite desta quinta. A expectativa é de que, ao contrário do que ocorreu no encontro de presidenciáveis na Band, Lula reaja de forma enfática a declarações de Bolsonaro sobre corrupção.

Após o debate, o PT entrará no momento mais crucial de toda a campanha: as 48 horas a antecederem o início da votação no domingo 2. Trata-se de um período curto, mas potencialmente desafiador, a depender do que Bolsonaro apresentará como últimas cartadas.

A CartaCapital, Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT, avaliou que a campanha está “preparada para o baixo nível” do ex-capitão e aposta em “um movimento crescente de voto em Lula”.

“Eu, como dirigente nacional do PT e alguém que está na rua, tenho grande expectativa por uma vitória no primeiro turno”, disse o dirigente petista. “Está muito difícil qualquer reversão de expectativa. Há um movimento concreto do eleitorado para resolver as eleições no primeiro turno.”

A divulgação de notícias falsas contra Lula por bolsonaristas também é uma preocupação do partido nas horas derradeiras da campanha. O PT monitora a situação de perto e mantém os olhos abertos para os riscos de violência política.

“Nossa militância irá para as urnas sem se constranger com a onda de fake news e sem se constranger com a tentativa de intimidação por parte do presidente delinquente”, afirmou a CartaCapital o deputado Paulo Teixeira (SP), integrante da Comissão Executiva Nacional. “Nesses últimos dois dias a nossa militância está concentrada em virar voto e garantir a vitória de Lula no primeiro turno.”

Por fim, Lula e o PT mantêm a estratégia de evitar ao máximo a abstenção. Um alto índice de ausência de eleitores no domingo pode reduzir as chances de uma vitória no primeiro turno. O ex-presidente tem mencionado o receio de forma recorrente nas últimas semanas.

No sábado 24, por exemplo, durante ato em São Paulo, Lula declarou que Bolsonaro deseja “que o povo não compareça para votar”.

“Se a gente não votar, perde a autoridade moral de cobrar. É importante que a gente compareça. A gente não pode ter 20% de abstenção ou 10% de voto nulo. É importante a gente convencer, nesses próximos dias, cada pessoa a ir votar.”

Uma pesquisa Datafolha publicada nesta quinta 29 mostra que Lula tem 50% dos votos válidos, contra 36% de Bolsonaro. Considerando a margem de erro, o petista tem entre 48% e 52%. Para triunfar na primeira rodada, ele tem de obter mais de metade dos votos válidos, excluindo nulos e brancos.

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