Política

Bolsonaro diz que ‘motociata’ que fez em São Paulo foi ‘verdadeira pesquisa’

Pesquisas oficiais apontam que o ex-capitão é reprovado por maioria da população e será derrotado nas urnas

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar em xeque o resultado das pesquisas oficiais, que indicam favoritismo explícito do  ex-presidente Lula (PT) nas eleições e mostram que a maioria da população reprova seu governo. Segundo insinuou em evento oficial do Inmetro nesta sexta-feira 25, a motociata promovida por ele em São José do Rio Preto, São Paulo, ao lado do ministro Tarcísio de Freitas ‘desmentiria’ os resultados apontados em diferentes levantamentos.

“Aconteceu ontem em São Paulo uma coisa fantástica, não tem preço. Ia inaugurar ali apenas 12 km de pista e o que tinha de gente, a gente ia parando e o pessoal acenando, é uma verdadeira pesquisa”, disse Bolsonaro. “ Nenhum me xingou de machista, homofóbico, racista, nada. Muitos pararam para tirar foto, trocar uma ideia e dar sugestões, que eu anoto”, acrescentou em seguida. A afirmação é semelhante a feita em live, quando disse que o número de espectadores na transmissão seria uma ‘prova concreta’ de fraude nos levantamentos.

Na pesquisa Ipespe desta sexta-feira, divulgada poucas horas antes do discurso de Bolsonaro, ele aparece com apenas 26% das intenções de voto, enquanto Lula soma 43%. A avaliação negativa ao seu governo segue em alta, com 53% de brasileiros que consideram seu governo como ruim ou péssimo. A sua atuação também sofre desaprovação de 63% dos eleitores.

Bolsonaro afirmou ainda que prepara um grande anúncio para a tarde desta sexta-feira. Sem antecipar o tema, o ex-capitão disse apenas que se tratava de ‘uma excelente notícia sobre industrialização’. Na agenda oficial divulgada pelo Planalto constam apenas dois outros compromissos: uma curta reunião com Pedro Cesar Sousa, seu subchefe para assuntos jurídicos, e outro breve encontro com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.

No discurso, voltou a dar declarações em que lamenta ‘dificuldades’ em ser patrão e a celebrar o aumento do número de trabalhadores informais no Brasil. Pesquisas recentes apontam que a leve queda no desemprego brasileiro foi puxada por um trabalho mais precário e com renda significativamente menor.

“Como é difícil ainda ser patrão no Brasil, não é fácil. Eu lá atrás tentei abrir uma pequena empresa, depois que vi as possíveis consequências de um insucesso, resolvi não abri-lá. O risco é muito grande”, relatou o ex-capitão. Mais adiante, enquanto ria, chamou trabalhadores informais de microempresários.

Em um aceno a Paulo Guedes, ministro da Economia, disse que o ‘casamento’ entre os dois seria indissolúvel, ‘sem divórcio’. Recentemente, o ministro perdeu espaço no governo para integrantes do Centrão. Sua manutenção no cargo chegou a ser ameaçada e, em um eventual segundo mandato de Bolsonaro, não estaria garantida, segundo o próprio filho do presidente e coordenador de campanha, Flávio Bolsonaro. Guedes, no entanto, se mostrou disposto a repetir o ‘casamento’ que levou o Brasil ao pior momento na economia em décadas.

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