Política

Augusto Aras e Bolsonaro trocam elogios em apresentação do novo PGR

Novo PGR compromete-se com valores ‘cristãos’ e elogia Moro e Bolsonaro

O procurador-geral da República, Augusto Aras. Foto: Isac Nóbrega/PR
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O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, foi formalmente apresentado nesta quarta-feira 02 como ocupante do cargo e trocou afagos com o presidente Jair Bolsonaro, elogiou a atuação de Sergio Moro na Operação Lava Jato e afirmou que vai atuar embasado na “cultura judaico cristã”.

Aras já havia sido empossado por Bolsonaro para um mandato de dois anos como procurador-geral da PGR em 26 de setembro, em solenidade no Palácio do Planalto, e já atua no cargo desde então. Nesta quarta (2), foi realizada uma nova cerimônia formal na sede da procuradoria, em que autoridades e convidados cumprimentaram o novo chefe do Ministério Público.

Apesar de prestar homenagens ao papel do Ministério Público Federal, Augusto Aras não estava na lista-tríplice votada por procuradores da República de todo o Brasil. A indicação de Bolsonaro de acordo com a lista proposta não é obrigatória, mas era prática dos últimos presidentes.

“Não há poder do Estado que esteja imune à ação do Ministério Público”, afirmou Aras, que não poupou elogios à Jair Bolsonaro, a quem atribuiu um “enfrentamento intransigente a corrupção”.

Entre as operações de combate à corrupção, Aras citou nominalmente a Lava Jato, elogiando o ex-juiz Sergio Moro, também presente à solenidade, antigo responsável por julgar os casos da operação, mas que largou a incumbência para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro.

O presidente, por sua vez, afirmou que ambos haviam conversado sobre o que eles “sonhavam” para o País, e que a escolha não tinha sido fácil. Aproveitou sua fala para dizer que os procuradores deviam corrigir eventuais erros para evitar “sanções” no futuro.

“É importante investigar, fazer cumprir a lei, mas muitas vezes se nós não estivermos num caminho não muito certo, que muita vezes estamos fazendo aquilo bem-intencionados, que possamos corrigir.”, falou Bolsonaro.

Entre o caminho ‘bem-intencionado’, Augusto Aras aparentemente entendeu o recado e posicionou-se alinhado aos valores cristãos em que acredita. No debate com os senadores na última semana, o novo procurador-geral já havia afirmado que, para ele, assuntos como aborto e criminalização da LGBTfobia não eram pautas cabíveis ao Supremo Tribunal Federal.

*Com Agência Brasil

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