Política
Advogados pedem ao STF a prisão de Léo Índio por participação em atos golpistas
A solicitação está sob a relatoria do ministro Dias Toffoli e foi enviada à PGR
O Coletivo de Direito Popular, que reúne advogados ligados à Universidade Federal Fluminense, ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal em que pede a prisão preventiva de Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O grupo também solicita o bloqueio de bens e a inclusão de Índio no inquérito dos atos antidemocráticos. O pedido está sob a relatoria do ministro Dias Toffoli e foi enviado à Procuradoria-Geral da República, que analisará se concorda com os argumentos dos advogados.
No documento, o Coletivo reúne postagens do bolsonarista nas quais ele faz ataques a ministros da Corte e incita atos de raiz golpista, entre eles o quebra-quebra de 8 de janeiro. Uma das publicações mostra o momento em que os terroristas depredam o prédio do STF.
Em outra postagem, ele aparece com os olhos vermelhos, provavelmente pelo contato com gás lacrimogênio, além da legenda: “Focarão no vandalismo certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogênio – Disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes”.
De acordo com os advogados, indícios sugerem a atuação do bolsonarista “na mobilização e possível articulação desses atos”. O coletivo ainda relata que as redes sociais de Índio “têm sido utilizadas para a prática de atos atentatórios à democracia”, motivo pelo qual pedem o bloqueio dos perfis.
“É incalculável o potencial lesivo de seus atos, uma vez que cada uma de suas postagens alcança uma influência gigantesca sob criminosos radicais que se organizam pelas redes sociais, com milhares de curtidas e comentários em cada uma de suas postagens ofensivas”, diz um trecho do documento.
A ação também pede a autorização para uma operação de busca e apreensão na casa de Índio, “com a finalidade de apreender computadores, telefones e demais aparelhos eletrônicos que possam conter provas e informações sobre a mobilização, organização e financiamento dos atos criminosos”.
Léo Índio foi candidato a deputado distrital pelo PL nas últimas eleições, mas não conseguiu se eleger. Após a vitória de Bolsonaro, em 2018, ele trabalhou como assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) até o parlamentar ser flagrado com 30 mil reais na cueca.
O sobrinho de Bolsonaro também figura entre os investigados no inquérito que apura quem são os organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos do 7 de Setembro, aberto a pedido da PGR.
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