Justiça

Moraes homologa delação de Ronnie Lessa e solução para o caso Marielle virá ‘em breve’, afirma Lewandowski

Investigações sobre o assassinato da vereadora do PSOL chegaram ao Supremo na semana passada

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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O ministro Alexandre de Moraes homologou a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa no âmbito das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes.

O anúncio foi feito nesta terça-feira 19 pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em coletiva de imprensa. O processo tramita em segredo de justiça na Corte.

“Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que em breve teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, declarou Lewandowski.

A viúva de Marielle Franco, Mônica Benício, criticou nesta terça-feira 19 o pronunciamento do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e a falta de respostas sobre o caso. Segundo Mônica, que atualmente também é vereadora do Rio, familiares de Marielle não aguentam mais esperar por respostas sobre o assassinato.

“Esse pronunciamento do Ministro em nada colabora com a esperança, apenas aumenta as especulações e uma disputa de protagonismo político que não honram as duas pessoas assassinadas”, disse.

As investigações sobre o assassinato da vereadora do PSOL chegaram ao Supremo na semana passada. Como mostrou CartaCapital, o processo foi enviado em caráter sigiloso pelo Superior Tribunal de Justiça após os investigadores identificarem um suposto envolvimento de autoridade com foro privilegiado.

Deputados federais, senadores, presidente e vice-presidente da República, ministros de Estado e integrantes de cortes superiores possuem o foro por prerrogativa de função, conhecido como foro privilegiado.

Marielle foi assassinada a tiros em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no centro da capital fluminense.

Apesar dos avanços recentes nas investigações, a polícia ainda não foi capaz de chegar ao real mandante do crime. A motivação do assassinato também segue em aberto.

Até o momento, quatro suspeitos foram presos. O último, Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi detido no final de fevereiro, apontado como o responsável por desmanchar o carro utilizado no crime.

Lessa está preso há cinco anos por envolvimento no crime. Atualmente, o ex-PM encontra-se detido na penitenciária federal de Campo Grande (MS) e responde a dez ações penais — entre elas, é réu por dois duplos homicídios e tráfico de armas.

Para apontar os mandantes dos homicídios, Lessa concordou em ter uma espécie de unificação de sentenças, com o estabelecimento de uma pena total que fique entre 20 e 30 anos de prisão.

O ex-policial foi preso em março de 2019 pela participação nas mortes e, na delação do também ex-policial militar Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista.

Na colaboração, Élcio disse ter dirigido o veículo no dia do crime e apontou também a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, no planejamento do assassinato.

Recentemente, o ex-deputado e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, chegou a ser apontado como o mandante do crime. A menção a ele foi revelada pelo The Intercept Brasil, que teve acesso a um trecho da delação de Lessa.

O nome do ex-conselheiro já aparecia nas investigações desde 2019. Brazão, importante mencionar, é líder de um grupo político que atua justamente na região comandada pela milícia de Lessa. Ele acumula uma longa ficha corrida e já chegou a ser afastado da função de conselheiro.

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