Justiça

Fachin vota contra pedido de revogação da prisão do blogueiro Allan dos Santos

Foi o 1º voto sobre um habeas corpus protocolado pela defesa do bolsonarista; a votação segue no plenário virtual do STF

Fachin vota contra pedido de revogação da prisão do blogueiro Allan dos Santos
Fachin vota contra pedido de revogação da prisão do blogueiro Allan dos Santos
O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. Foto: Reprodução
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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, votou nesta sexta-feira 29 contra um pedido de revogação da ordem de prisão do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

A determinação pela prisão de Allan partiu do ministro Alexandre de Moraes, em outubro do ano passado. Desde então, o blogueiro, que está nos Estados Unidos, é considerado foragido.

Fachin é o relator de um habeas corpus e, por isso, foi o primeiro a votar. A análise ocorre no plenário virtual, por meio do qual os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico da Corte sem a necessidade de uma sessão presencial. Os outros dez magistrados podem se manifestar até 6 de maio.

“Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso”, diz trecho do voto de Fachin. “Conforme orientação majoritária da Corte, não é cabível habeas corpus em hipóteses como a dos autos, por se tratar de writ contra decisão monocrática proferida pelo Min. Alexandre de Moraes, que decretou a prisão preventiva do agravante.”

Moraes mandou prender Allan dos Santos sob o argumento de que o blogueiro cometeu crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação em organização criminosa. O apoiador de Jair Bolsonaro, no entanto, segue nos EUA e, mesmo após ordem do ministro do STF para o governo brasileiro solicitar a extradição, o processo não foi concluído. Em março, Moraes cobrou informações do Ministério da Justiça a respeito da extradição.

O blogueiro é investigado em dois inquéritos: o de fake news e o das milícias digitais. Na internet, foi banido do Twitter, do Facebook e do YouTube e teve o blog Terça Livre encerrado.

Mesmo foragido e com a maioria de seus canais de divulgação bloqueados, Allan continuou a divulgar mensagens ofensivas aos ministros via Telegram, o aplicativo preferido dos bolsonaristas.

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