CGU abre processo contra agentes da PF citados em investigação da ‘Abin paralela’

Policiais serão processados administrativamente por ficarem ausentes do serviço por mais de 60 dias

Fachada da Abin. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

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A Controladoria-Geral da União (CGU) abriu processos administrativos disciplinares contra dois servidores do Departamento de Polícia Federal por faltas injustificadas. Um terceiro agente, do CEPESC, também é alvo da medida.

Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira serão investigados por se ausentarem do trabalho por mais de 60 dias, entre 2021 e 2022. Eles estavam cedidos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Alexandre Ramagem. Os três foram citados no caso conhecido como ‘Abin paralela’. 

A decisão de iniciar o processo administrativo foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira 11. 

No processo, que deve durar até 60 dias, os investigados terão direito à ampla defesa e ao contraditório, informa a CGU em nota. Por lei, o prazo para concluir o processo pode ser prorrogado por mais 60 dias.

Marcelo Araújo Bormevet é agente de PF desde 2005. Atualmente, ele está suspenso de suas funções públicas em razão de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relacionada com a investigação sobre a ‘Abin paralela’.

Felipe Arlotta Freitas também esteve cedido à Abin durante a gestão de Ramagem no órgão. Ele também está suspenso em virtude de decisão do STF. 


Já Eliomar da Silva Pereira, estava lotado na Abin no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações (CEPESC).

‘Abin paralela’

A ‘Abin paralela’ é uma investigação, autorizada pelo Supremo Tribunal e conduzida pela PF, que apura a atuação irregular da Agência de Inteligência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A suspeita é de que o órgão tenha sido usado para monitorar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores, senadores e outros aliados do presidente Lula (PT).

A PF já fez operações contra os envolvidos, cumprindo mandados de busca e apreensão. Segundo os investigadores, o grupo que atuava dentro da agência de inteligência utilizava de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Além do software espião, a suspeita é de que a ‘Abin paralela’ utilizou drones, câmeras escondidas e escutas ilegais para monitorar os adversários do ex-capitão. Sob a batuta de Ramagem, a Abin também teria feito operações ilegais no Rio de Janeiro, com uso de informantes, extrapolando suas atribuições. O custo da arapongagem ilegal no Rio seria de, pelo menos, 6 milhões de reais.

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