Fashion Revolution

Fórum Fashion Revolution 2023: um convite a olhar a moda como objeto de pesquisa e reflexão

Plataforma brasileira é a primeira criada exclusivamente para fomentar a pesquisa e o debate sobre desafios e práticas afirmativas dentro do sistema da moda

5ª edição do Fórum Fashion Revolution chega ao Unibes Cultural, em São Paulo, em 20 de outubro
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O Fórum Fashion Revolution 2023 chega ao Unibes Cultural, em São Paulo, em 20 de outubro – um dia inteiro que te convida a olhar a moda como objeto de pesquisa e reflexão. Em sua 5ª edição, o Fórum terá extensa programação, das 13h as 19h30, com apresentação de ensaios teóricos, rodas de conversa, exposição de ilustrações e happy hour, com direito à noite de autógrafos. Tudo isso de forma gratuita, presencial e online.

Entre os ensaio destacados para apresentação, que também irão compor o e-book de 2023, estão presente assuntos variados, como: fazer artesanal têxtil e sua circularidade; projeto de reciclagem têxtil; inovações na indústria da moda e seus impactos ambientais; upcycling e processos criativos; fibra de açaí como matéria têxtil; economia circular; moda vegana; empreendedorismo feminino; afrofuturismo e vestimenta ancestral latina.

Essa mescla de temas não é por acaso, muito pelo contrário, é um esforço do time em trazer diversidade para o evento, abarcando setores e as formas nas quais a moda se insere na sociedade. A proposta contempla, justamente, as temáticas escolhidas para a edição: manualidades, diversidade, meio ambiente e circularidade – pontos do Manifesto Fashion Revolution.

Para Ana Fernanda Souza, da equipe Fórum Fashion Revolution, um ponto interessante do Fórum é abrir espaço para inovação. “Para promover essa transformação, é preciso escutar novas ideias. Nosso Comitê Científico avaliou como instigantes os trabalhos propostos”, afirma, “o público que participar pode esperar muitas novidades”.

Ao reforçar as bandeiras do movimento através das temáticas, o Fórum Fashion Revolution busca pautar novas formas de encarar a moda e promover sua transformação. Criar um mundo no qual tecnologias, política, enfrentamento à crise climática, condições trabalhistas sejam debatidas, de forma a priorizar seres humanos e natureza é também um dever da moda.

Foi-se o tempo no qual ela era objeto de futilidade. Jogue fora sua crença limitante e aprenda: assim como a roupa que você veste faz parte do seu dia a dia, a moda também faz parte de setores, indústrias, decisões econômicas e políticas, vida e futuro de todos. E ela precisa ser debatida.

Moda é coisa séria 

As temáticas escolhidas para a 5ª edição do Fórum conversam entre si. “Uma moda que integre as manualidades é uma resposta aos desafios que as fast fashions – e sua produção em série –  nos colocam. Ao mesmo tempo, terá um impacto socioambiental negativo menor. Propostas de circularidade na moda também terão benefícios ambientais, e por aí vai”, exemplifica Ana Fernanda.

A temática “Manualidades” foca no respeito às heranças culturais, celebrando a artesania. O artesanato brasileiro movimenta em torno de R$ 100 bilhões por ano – cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país – gerados pelos cerca de 8,5 milhões de artesãos espalhados por todos os estados, segundo o  Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB).

Grande parte deste grupo são trabalhadoras: as mulheres encontram no ofício o principal meio de sustento de suas famílias. Elas são maiorias não só na indústria da moda em todo mundo, mas também nos trabalhos menos remunerados. Esse ponto se encaixa com a “Diversidade”, pois a moda ainda é um espaço pouco inclusivo. A diversidade busca por democracia, um espaço sem pressões de gênero, raça e classe.

O “Meio Ambiente” também se intercala a estas duas temáticas, pois o número de pessoas afetadas negativamente pela degradação da terra está em 3,2 bilhões de pessoas, e o valor tende a crescer. Se não há terra e água, como sobreviver? A moda articula a degradação da terra. Por exemplo: na Amazônia, a indústria fomenta criação de gado e produção de soja, para produção de peças de couro. O incentivo à monocultura é também incentivo ao aumento de desigualdades, apagamento cultural e, claro, devastação ambiental.

Por outro lado, a “Circularidade” é um respiro nesse mar de impactos sociais e ambientais. A última temática da 5ª edição do fórum fala sobre uma moda que recrie e recupere tudo de maneira circular. Roupas que sejam consertadas, reutilizadas, recicladas. A economia circular é um modelo econômico atrelado à escola de pensamento da Ellen MacArthur Foundation, que aposta na redução de desperdício de materiais, poluição e resíduos tóxicos e em aumentar o tempo de uso de produtos e materiais.

Moda é para além das passarelas. “Ela tem um impacto socioambiental negativo enorme, que por muito tempo esteve quase invisível. Dar visibilidade a isso é o primeiro passo, mas não basta. É preciso transformar a moda a partir de uma perspectiva sistêmica, em cada ponto da cadeia”, expressa Ana Fernanda, “todo mundo usa roupa e pensar sobre os caminhos pelos quais elas chegam até nós é fundamental”.

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