Sociedade

MST acusa PM de fazer cerco e impedir entrada de suprimentos em acampamento de MG

A ocupação da fazenda ‘Aroreiras’, em Lagoa Santa, aconteceu na manhã da sexta-feira 8 por cerca de 500 famílias do movimento

Créditos: Matheus Teixeira/MST
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) acusa a polícia de cercar um acampamento de mulheres em Lagoa Santa (MG) e de impedir a entrada de suprimentos.

A ocupação da fazenda ‘Aroreiras’ aconteceu na manhã da sexta-feira 8 por cerca de 500 famílias do movimento. A ação, realizada no Dia Internacional da Mulher, foi coordenada pelas mulheres Sem Terra, no âmbito da Jornada Nacional de Lutas, que tem como o lema “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!”.

Os integrantes da ocupação questionam o não cumprimento da função social da terra, já que a propriedade estava abandonada pelos proprietários e improdutiva. O MST pede que a lei seja cumprida e a área destinada à Reforma Agrária. Também aponta a lentidão do governo Lula de conduzir a realização da reforma.

Segundo o movimento, só no estado de Minas Gerais há mais de 5 mil famílias acampadas à espera de assentamento definitivo.

Créditos: Matheus Teixeira/MST

Na sexta 8, o MST já denunciava um cerco policial ao local que, segundo os manifestantes, impedia a entrada de suprimentos para os acampados, bem como o trânsito de lideranças no local, como advogados e parlamentares.

A denúncia é de que neste sábado 9, o governador Romeu Zema (PSD-MG) mobilizou a tropa de choque da Polícia Militar para ir ao local, sem ordem judicial, o que é visto como violação pelo MST.

“A medida viola todos os protocolos de Direitos Humanos e impede o direito das pessoas se manifestarem de forma pacífica, como tem ocorrido. O movimento alerta que o governador Romeu Zema não tem a prerrogativa para reprimir as manifestantes sem terra e que ele será responsabilizado por qualquer violência cometida contra as acampadas”, disse o movimento, em nota.

A área da fazenda Aroeiras é uma herança familiar, disputada por oito herdeiros. Neste sábado 9, a Justiça de Minas Gerais indeferiu um pedido de liminar pela reintegração de posse, em ação protocolada por parte dos herdeiros do terreno. No entendimento do juiz de direito Chrystiano Lucas Generoso não ficou comprovada ‘a posse prévia que é requisito para concessão da liminar possessória’. A ação ainda deve ser avaliada fora do plantão do Judiciário.

Ainda segundo o MST, algumas das herdeiras da fazenda já manifestaram interesse em negociar com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a venda do imóvel.

A reportagem de CartaCapital pediu esclarecimentos à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, mas não obteve resposta.

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