Política

As perguntas sem resposta sobre a fuga inédita em um presídio de segurança máxima

O Secretário de Políticas Penais, André Garcia, afirmou que ‘questões de segurança’ impedem a divulgação de mais detalhes

Foto: Reprodução
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Um dia após a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, convocou uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira 15. Circunstâncias do episódio, porém, permanecem desconhecidas.

Garcia anunciou a revisão de procedimentos em todas as unidades prisionais de segurança máxima e projetou que a perícia deve terminar até esta sexta-feira 16. 

Trata-se do primeiro registro de detentos que escaparam de um dos cinco presídios federais administrados pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Até o momento, persistem as dúvidas a respeito dos detalhes da fuga – por exemplo, sobre como a dupla deixou o presídio e se houve facilitação por parte de servidores.

A suspeita é que eles teriam escapado pelo teto do presídio, que estava em obras, e somente duas horas depois houve a identificação da fuga. 

Para recapturar os presos, uma força-tarefa formada por cerca de 100 agentes da Polícia Federal conta com o apoio das polícias estaduais, da polícia penal e da Polícia Rodoviária Federal.

Os nomes de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça foram incluídos na lista vermelha da Interpol e no Sistema de Proteção de Fronteiras, para que sejam procurados pela comunidade policial internacional.

Também faltam detalhes sobre a organização da ação. Sabe-se que ela irá além do entorno do presídio e que as polícias de estados vizinhos, como Ceará e Paraíba, foram acionadas para executar estratégias integradas de reforço.

Garcia afirmou não fornecer mais informações “por questões de segurança e estratégia”.

“Todos os policiais estão esperançosos em ter algo mais claro nos próximos dias, nas próximas horas, e que nos permita um desfecho desse episódio. Tudo o que falar em relação ao que está sendo feito pode atrapalhar nosso trabalho.”

Apesar de evitar detalhes, o secretário admitiu que houve falha na segurança do presídio. “Não há possibilidade de se ter em uma unidade prisional uma fuga se os procedimentos de segurança forem observados”, prosseguiu. “É muito provável que os procedimentos de segurança não foram entregues da forma como deveriam ser.”

Mais cedo, o ministro Ricardo Lewandowski nomeou a nova direção da unidade carcerária, com o policial penal Carlos Luis Vieira Pires à frente. Já a direção do Sistema Penitenciário Federal suspendeu as visitas sociais e os banhos de sol no presídio de Mossoró. 

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