Saúde

Brasil registrou 612 mil acidentes de trabalho em 2022

São Paulo apresentou o maior volume de notificações (204.157), 35% do total no País

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Uma pesquisa do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, disponibilizada pelo Ministério Público do Trabalho, mostra que em 2022 o Brasil registrou 612,9 mil notificações de acidentes relacionados à jornada profissional, as quais resultaram em 148,8 mil benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

Já o número de mortes por acidentes de trabalho no País chegou a 2.538 no ano passado.

Entre as unidades federativas, São Paulo apresentou o maior volume de notificações por acidentes de trabalho (204.157), 35% do total. Minas Gerais vem em seguida, com 63.815 notificações, à frente do Rio Grande do Sul, com 50.491.

O procurador do Trabalho Luciano Leivas afirmou que o MPT atua para reduzir o volume de acidentes de trabalho e garantir a saúde do trabalhador em duas frentes: repressiva e preventiva.

Na modalidade repressiva, quando o fato já ocorreu, o órgão trabalha com os centros de Referência em Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde para instalação de um inquérito civil. Também exerce atividades de fiscalização para identificar falhas no gerenciamento dos riscos.

A forma preventiva se dá por meio dos projetos nacionais temáticos. A Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho e da Saúde do Trabalhador, por exemplo, tem cinco grandes iniciativas, entre elas o fortalecimento da saúde do trabalhador no Sistema Único de Saúde.

O projeto não aborda casos de fraturas, queimaduras, lesões e até mesmo morte decorrente de um fato instantâneo, mas o adoecimento relacionado ao trabalho. Ou seja, mira a exposição a agentes químicos, físicos e biológicos no ambiente laboral, que leva ao funcionário adoecer, até mesmo depois de sair do emprego.

Há também um projeto de combate à subnotificação. Os dados do INSS se reportam apenas ao trabalhador do mercado formal, com carteira assinada.

A mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo Bianca Vilela avalia que as empresas têm um papel fundamental para evitar acidentes no ambiente corporativo. “É o exemplo que, depois, deve ser levado para fora da empresa”, afirma.

É necessário, também, que haja conscientização por parte dos trabalhadores, porque há muitas pessoas resistentes a seguir as normas. A fisiologista salientou que quem desempenha um serviço há muitos anos sem problemas pode ter a falsa impressão de que está imune a acidentes.

“Isso é muito perigoso. A empresa precisa dar esse fomento de treinamento e de equipamentos, mas o colaborador tem uma palavra muito importante nesse processo, que é a aceitação. Ele precisa aceitar aqueles procedimentos corretos para que ele mesmo seja o beneficiado”, reforça.

(Com informações da Agência Brasil)

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