Política

Zanin faz peregrinação em Brasília em busca de apoio evangélico e recebe elogios: ‘Homem de família’

‘Ele quer caminhos de diálogo, quer se apresentar e dizer o que pensa’, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

O advogado Cristiano Zanin Martins. Foto: Ricardo Stuckert
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Indicado por Lula (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin iniciou nesta semana a peregrinação ao gabinete de senadores e lideranças religiosas com o objetivo de vencer resistências e ser aprovado pelo Senado. Nesses encontros, pastores e interlocutores do segmento evangélico têm descrito o advogado como “homem de família” e elogiado sua “qualidade técnica”.

Durante almoço servido na residência de um advogado em Brasília na última terça-feira 6, Zanin teria agradado pessoas presentes ao demonstrar, por exemplo, “incômodo” com uma suposta interferência do Judiciário em assuntos do Legislativo.

Participaram da reunião três interlocutores influentes do segmento evangélico: o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Renata Abreu, presidente nacional do Podemos.

CartaCapital, Sóstenes – ligado à Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada por Silas Malafaia – afirmou que, durante o almoço, Zanin não tratou abertamente de temas indigestos para os evangélicos, como a descriminalização do aborto, mas destacou a disposição de dialogar com todos os segmentos.

O advogado, ainda segundo o parlamentar, teria pedido ajuda dos presentes para identificar eventuais resistências entre senadores evangélicos e estabelecer “pontes”. “Ele quer caminhos de diálogo, quer se apresentar e dizer o que pensa”, pontua.

A tendência é que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), paute a sabatina de Zanin neste mês. Nos corredores do Congresso, acredita-se que a aprovação na CCJ deve acontecer sem sobressaltos – além do colegiado, o advogado terá de receber o aval de ao menos 41 senadores no plenário.

Antes mesmo de Lula oficializar sua escolha, Zanin já havia procurado alguns interlocutores evangélicos, como o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), ligado à Assembleia de Deus. Essas movimentações, dizem congressistas, ajudaram a “preparar o terreno”.

No Supremo, Zanin deve substituir o ministro aposentado Ricardo Lewandowski, que deixou a Corte em abril. Caso seja aprovado, o advogado chegará ao STF após anos de projeção como responsável pela defesa de Lula nos processos da Lava Jato.

Partiu dele, por exemplo, o habeas corpus impetrado na Corte em 2021 que resultou na anulação das condenações do petista, com o reconhecimento da incompetência e da suspeição do então juiz Sérgio Moro.

A reversão das sentenças restaurou os direitos políticos de Lula, que chegou a ficar preso por 580 dias em Curitiba. Com sua elegibilidade recuperada, ele concorreu à Presidência em 2022, derrotou Jair Bolsonaro (PL) e conquistou seu terceiro mandato.

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