Política

Tarcísio sai em defesa de Bolsonaro após operação da PF sobre trama golpista

O governador paulista foi cobrado por bolsonaristas a se manifestar de forma enfática sobre a ação policial

Jair Bolsonaro acompanhado de Tárcísio Gomes de Freitas. Foto: Alan Santos/PR
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse não ver elementos que justifiquem a responsabilização de seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por atacar o sistema eleitoral e supostamente articular um golpe de Estado.

Em entrevista à Rádio França Internacional na última sexta-feira 9, Tarcísio ainda ressaltou sua “relação fraterna” com Bolsonaro e afirmou considerar que o ex-capitão “continua sendo decisivo em termos eleitorais”.

“Não consigo ver — e essa não é uma opinião minha, tem muitos juristas divididos — nada que traga uma responsabilização para ele. Acho que o pessoal está criando muita coisa. Com o tempo, tudo vai ser esclarecido”, alegou. “Confio muito num cara que eu aprendi a admirar, trabalhei junto.”

O governador paulista foi cobrado por bolsonaristas a se manifestar de forma enfática sobre a operação da Polícia Federal que mirou Bolsonaro e prendeu quatro ex-integrantes de seu governo.

“Eu não estou a par de tudo que está acontecendo. Fica difícil para mim até emitir uma opinião, comentar”, afirmou Tarcísio ao ser questionado sobre as críticas. “Vou estar do lado do Bolsonaro seja em que momento for. Nos momentos bons, nos momentos difíceis. Se o presidente está precisando do apoio, vou estar do lado dele.”

Na última segunda-feira, o coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo, indicado por Bolsonaro para a vice de Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo, criticou o silêncio de lideranças da extrema-direita sobre o tema e marcou o governador paulista.

Em outro momento da entrevista à rádio francesa, Tarcísio chegou a questionar as investigações sobre a trama golpista de 2022. A conspiração, segundo ele, poderia ser descartada porque houve transição entre os governos.

“O presidente Lula assumiu o poder, foi eleito. Podemos discordar do rumo das ideias, mas isso não importa. O que importa é que a gente tem um presidente que tem legitimidade para conduzir a sua política pública, da maneira em que a apresentou para a população.”

Os elementos colhidos pela PF, contudo, apontam para uma articulação golpista protagonizada pela cúpula do governo Bolsonaro com objetivo de reverter o resultado das eleições.

Na extensa lista de indícios está uma minuta golpista encontrada na sala do ex-presidente na sede do PL, em Brasília, com argumentos para a decretação de estado de sítio e de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem. Também há o vídeo de uma reunião de 5 de julho de 2022, na qual Bolsonaro mobiliza ministros a agirem contra o processo eleitoral.

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