Política

Suplente de Major Olimpio foi pivô do escândalo de Itaipu; relembre

Alexandre Giordano teria se apresentado como representante da família Bolsonaro para beneficiar empresa

O suplente de senador Alexandre Giordano ao lado de Major Olímpio
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Com a morte do senador Major Olimpio (PSL-SP) por complicações da Covid-19, volta ao noticiário o nome de seu 1º suplente, o empresário Alexandre Giordano. Provável substituto do cargo no Senado, ele ficou em evidência na imprensa nacional pelo escândalo da usina de Itaipu.

A Usina de Itaipu é uma hidrelétrica construída em 1973, após um acordo entre o Brasil e o Paraguai.

No tratado, cada um dos países ficaria encarregado de arcar com metade dos custos da obra. Foi feito um empréstimo com prazo de 50 anos, em que as dívidas seriam quitadas em 2023. Dessa forma, cada país é dono de 50% da usina. Segundo esse acordo, o Paraguai vende ao Brasil boa parte da energia a que tem direito, porque não consome toda a capacidade de produção da usina.

Em 2019, o jornal paraguaio ABC Color publicou que Alexandre Giordano teria se apresentado como representante da família Bolsonaro em reunião com autoridades paraguaias em maio daquele ano, para atuar como lobista da empresa Léros. A ideia era mudar uma cláusula do acordo e permitir que o Paraguai passasse a vender parte da sua energia para empresas privadas brasileiras.

Conforme revelou CartaCapital, Alexandre Giordano esteve no Palácio do Planalto em fevereiro de 2019, um dia após o presidente Jair Bolsonaro visitar Foz do Iguaçu, a cidade onde fica a hidrelétrica. Em março do mesmo ano, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, veio ao Brasil a convite de Bolsonaro, para revisar termos do tratado. Na ocasião, assinou um acordo que, praticamente, cedeu a soberania energética do Paraguai ao Brasil e lhe abria prejuízo de 200 milhões de dólares.

O caso motivou protestos por impeachment do presidente do Paraguai e resultou na renúncia de autoridades do país. No Brasil, funcionários da Eletrobras, a estatal que vende em território nacional a energia de Itaipu, defenderam a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a tentativa de usurpar as competências formalizadas entre os dois países.

Em entrevista a CartaCapital, Major Olimpio disse que “não sabia” da Léros, empresa pela qual seu suplente atuava. Também disse saber que Giordano é empresário em “diversos ramos” e que aceitou ser seu suplente apenas para ajudá-lo na campanha.

“O Giordano nunca teve participação como candidato em eleições, e aceitou meu convite para ser meu suplente para ajudar a constituir a chapa. Entretanto, ser suplente é uma expectativa de direito. Ele só se torna senador se eu morrer ou renunciar.”

Em agosto de 2019, o novo acordo foi anulado.

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