Política

Substituto do Bolsa Família, Auxílio Brasil deixará 29 milhões sem assistência

O levantamento é da Rede Brasileira de Renda Básica e toma como base o fim do Auxílio Emergencial

Divulgação/Ministério da Cidadania
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O Auxílio Brasil exclui automaticamente 24 milhões de brasileiros, e deixa de incluir outros 5,3 milhões de novos beneficiários. É o que aponta pesquisa da Rede Brasileira de Renda Básica, a RBRB, feita a partir de dados divulgados pelo Ministério da Cidadania.

O programa de Jair Bolsonaro espera acolher aproximadamente 10 milhões de pessoas, que já faziam parte do Bolsa Família e que também recebiam o Auxílio Emergencial. Esse grupo vai se juntar a outros 4,5 milhões já inscritos no programa, o que totaliza 14,5 milhões de beneficiados.

No entanto, outras 24 milhões de pessoas ficarão de fora da migração para o novo programa. Esse número corresponde aos que ingressaram no benefício por meio do aplicativo do Auxílio Emergencial. Além disso, 5,3 milhões de brasileiros que estão no Cadastro Único, aguardando na fila do Bolsa Família, não foram incluídos nos novos planos do governo federal.

Fonte: Paola Loureiro (RBRB)

A RBRB questiona os critérios de exclusão do novo benefício. “Já vimos o impacto e a importância desses benefícios para a população e para a economia”, afirma Paola Carvalho, diretora de Relações Institucionais da entidade. “Sem qualquer tipo de auxílio no momento que vivemos, sem emprego e com a inflação de dois dígitos, só podemos esperar infelizmente o aumento da miséria e da pobreza no País.”

Conforme o levantamento, os estados que tiveram mais famílias excluídas do novo programa foram São Paulo (5.609.066), Rio de Janeiro (2.549.546) e Minas Gerais (2.449.403).

As projeções do Ministério da Cidadania prometem aumentar o número de beneficiários do Auxílio Brasil para 17 milhões em dezembro. O governo federal ainda aguarda, entretanto, a votação da PEC dos Precatórios no Senado para a abertura de espaço fiscal no Orçamento de 2022.

O estudo aponta também que o auxílio emergencial ajudou a reduzir a pobreza e a extrema pobreza no País.

Segundo dados, no ano passado a taxa de brasileiros em situação de pobreza caiu de 25% para 20%. Sem o benefício, a expectativa é de que ultrapasse os 30%.

“O que está acontecendo é um verdadeiro desmonte das políticas públicas brasileiras e essa ausência está empurrando as pessoas para a miséria e a fome ao deixá-las sem assistência”, completa Paola Carvalho.

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