Política

Sem máscara, Abraham Weintraub se reúne com apoiadores em Brasília

Grupo furou bloqueio imposto pelo governo do Distrito Federal na Esplanada dos Ministérios

O ministro da Educação, Abraham Weintraub. Foto: Reprodução/Facebook
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, juntou-se a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em um local público em Brasília, neste domingo 14. Weintraub não usou máscara, em desobediência ao decreto estadual que obriga o uso da proteção facial em locais públicos, como forma de coibir a proliferação do novo coronavírus.

O chefe da Educação visitou os manifestantes um dia após o governo do Distrito Federal desmantelar o acampamento dos “300 pelo Brasil”, que causou perplexidade ao usar símbolos supremacistas em um ato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). No encontro, Weintraub conversou, tirou fotos, abraçou e parabenizou os apoiadores. Em vídeos nas redes sociais, aparece em meio aos militantes, em que se queixou de ser monitorado por “crime de opinião” e defendeu uma “base para lutar contra esse movimento global”.

“É por isso que eles atacam em Israel, atacam na Europa inteira, atacam no Canadá, atacam nos Estados Unidos. No México, também tá tendo. Vocês não viram aquele policial em que eles jogaram álcool e fogo em cima?”, disse o ministro, referindo-se a protestos contra o espancamento de um homem por policiais, em 4 de junho, segundo informou o The Guardian. “No México, não tem Black Lives Matter. Não tem população negra no México. Então, você vê um movimento articulado no mundo inteiro, ultraviolento, e o Brasil é um dos poucos países em que a sociedade está unida e lutando contra esse movimento. Parabéns para vocês.”

Os apoiadores do governo federal haviam furado um bloqueio imposto pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) durante este domingo na Esplanada dos Ministérios, onde ficava o acampamento bolsonarista.

O decreto foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal no sábado 13. A decisão proibiu o trânsito de veículos e de pedestres até o fim do dia, com a justificativa de reduzir as aglomerações verificadas no local nos últimos dias. O decreto diz ainda que parte das manifestações nessa área tem conteúdos anticonstitucionais, com “ameaças declaradas aos Poderes constituídos”.

Na noite de sábado 13, um grupo simulou bombardeio no prédio do STF com o lançamento de fogos de artifício. Em vídeo, um homem dispara ofensas contra os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Weintraub também já insultou os membros da Corte e virou alvo de inquérito após chamá-los de “vagabundos” durante reunião ministerial.

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