Política

Se eu tivesse medo, não tinha nascido e não era presidente, diz Lula sobre ameaças no Pará

O petista também lamentou ter que circular no Norte do País sob um rígido esquema de segurança após sofrer as ameaças

Foto: Reprodução
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O presidente Lula (PT) afirmou, nesta sexta-feira 4, não ter medo das ameaças de morte direcionadas a ele ao longo da última semana, pouco antes da sua visita ao Pará para a Cúpula da Amazônia. No estado, a Polícia Federal prendeu um fazendeiro que ameaçou atirar na barriga do petista e fez buscas na casa de um vigilante que prometeu, nas redes sociais, atacar Lula quando ele estivesse em Belém no final de semana.

“Vocês vão ler a notícia de que a Polícia Federal prendeu um cidadão em Santarém que disse que ia me matar hoje. Ele está preso. Há boatos de que em Belém também tem outro cidadão que disse que ia me matar”, iniciou o presidente. “Mas olha, se eu tivesse medo, eu não tinha nascido. Se eu tivesse medo eu não era presidente da República”, afirmou em seguida.

“Eu aprendi com a minha mãe a não ter medo de cara feia. Cachorro que late, não morde. E, portanto, eu vou fazer desse País um País civilizado”, completou Lula sobre o tema.

Mais cedo nesta sexta-feira 4, conforme citou o presidente, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de um vigilante em Belém. O homem, que não teve a identidade revelada, fazia postagens ameaçando Lula.

Também nesta sexta, a PF foi até endereços de Arilson Strapasson para aprofundar as buscas contra o fazendeiro. Na quinta, ele foi preso após fazer ameaças de atirar na barriga do presidente enquanto ele estivesse no Pará. Ele planejava se hospedar no mesmo hotel do petista. Após a prisão, ele admitiu ter participado dos atos terroristas de 8 de Janeiro em Brasília e financiado os acampamentos golpistas no Pará.

Ainda no evento desta sexta-feira, realizado em Parintins, no Amazonas, Lula lamentou ter que circular pelo Norte do País sob um forte esquema de segurança após as ameaças. Já no início do discurso, pediu desculpas por não ter cumprimentado apoiadores durante o trajeto entre o aeroporto e o local do evento.

“Eu desço no aeroporto, me colocam num carro, com vidro fumê, eu não consigo ver ninguém e ninguém consegue me ver”, lamentou o presidente no discurso. “Quando é candidato, andamos em um carro aberto arreganhando os dentes. Quando ganha, colocam a gente dentro de um carro. Então quero pedir desculpas porque sequer pude ver a cara das pessoas e cumprimentá-las”, reforçou mais adiante.

Lula viaja, ainda nesta sexta, ao Pará, onde terá uma operação especial para garantir sua segurança. De acordo com o governador Helder Barbalho (MDB), mais de 400 policias federais, agentes da Polícia Rodoviária Federal e integrantes da Polícia Civil farão uma operação para receber o petista e outros líderes de Estado na Cúpula da Amazônia.

Sobre o evento, Lula celebrou a oportunidade de reunir, pela primeira vez, chefes de todos os países com áreas de floresta. Segundo reforçou, o encontro tem o objetivo de discutir os caminhos da preservação ambiental, mas, principalmente, “como vamos encher a barriga das crianças e do povo”.

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