Quem é Marco Bertaiolli, o preferido de Tarcísio para o Tribunal de Contas de São Paulo

Com a aposentadoria do conselheiro Edgard Camargo Rodrigues, em setembro, há uma vaga em disputa para o próximo integrante do Tribunal de Contas do estado de São Paulo.

O preferido do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), após uma série de reuniões no TCE e na Assembleia Legislativa, é o deputado federal Marco Aurélio Bertaiolli (PSD). A escolha foi concretizada na última terça-feira 15, em um encontro no Palácio dos Bandeirantes com líderes da Alesp.

O candidato defendido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça é o advogado Maxwell Borges de Moura Vieira. 

Bertaiolli, por outro lado, tem o endosso do presidente do PSD e secretário de Governo de Tarcísio, Gilberto Kassab, e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

A decisão é estratégica, uma vez que os conselheiros são responsáveis por julgar contas públicas, como as da Alesp, das câmaras municipais, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público Estadual e do próprio governador.

A lista de apoio a Bertaiolli já conta com pelo menos 50 assinaturas de deputados estaduais. A conexão dele com Kassab remete a 2007, quando assumiu o cargo de deputado estadual pela primeira vez. Assim que o então deputado Ricardo Montoro (PSDB) chegou à Secretaria Especial para Participação e Parceria na gestão de Kassab, Bertaiolli ascendeu ao Legislativo.

Antes, passou pelo posto de suplente de vereador pelo MDB em Mogi das Cruzes, sua região de origem. Posteriormente, também foi vice-prefeito em chapa com o PSDB, até conquistar o comando da prefeitura, em 2008, pelo DEM. 

Na cadeira de deputado federal, ele apresentou projetos de lei voltados à área empresarial, como a micro e pequenas empresas, Santas Casas e entidades filantrópicas. Bertaiolli votou a favor da PEC da reforma tributária.

Aos 38 anos, se conseguir o cargo no TCE e abandonar a carreira política, Bertaiolli receberá um salário de 35 mil reais. A aposentadoria compulsória ocorre apenas aos 75 anos.

Bolsonaro e Tarcísio 

A indicação pode impor um novo obstáculo à relação entre o governador paulista e o ex-presidente. No início de julho, enquanto defendia a reforma tributária em uma reunião do PL, Tarcísio foi interrompido por Bolsonaro, contrário à proposta.

Após o episódio, eles se reencontraram no Palácio dos Bandeirantes e Tarcísio reforçou que o ex-capitão é “um grande amigo“. O governador também ofereceu um cargo para a mãe da neta de Bolsonaro.

Na última quarta-feira 16, Bolsonaro decidiu quitar uma multa de 913 mil reais aplicada pelo governo de João Dória por não usar máscara na pandemia. O pagamento ocorreu um dia depois de Tarcísio apresentar um projeto à Alesp para anistiar as multas registradas no estado decorrentes da crise sanitária.