Política
Tarcísio chama Bolsonaro de ‘grande amigo’ e diz que sempre será grato ao ex-presidente
Governador havia recebido vaias em reunião do PL com Bolsonaro sobre reforma tributária, mas agora afirma que ‘está tudo bem’
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um “grande amigo” e afirmou que a última reunião entre os dois “foi excelente”.
A declaração ocorreu neste domingo 9, durante uma solenidade alusiva ao 91º Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, no Ibirapuera, na capital paulista.
Tarcísio e Bolsonaro se encontraram na sexta-feira 7, um dia após o mal-estar na discussão do Partido Liberal sobre a reforma tributária, quando houve desavenças entre o ex-presidente e o governador.
“Foi excelente. O presidente é um grande amigo. Observe: a gente pode divergir em algum ponto sobre a reforma, é normal, não é possível que a gente vá concordar sempre”, declarou Tarcísio a jornalistas.
O governador afirmou ainda que “já era assim” quando ele era ministro da Infraestrutura de Bolsonaro.
“Tinha situações em que eu discordava dele, procurava assessorar da maneira mais respeitosa e da maneira mais leal possível. Sempre tive uma lealdade muito grande”, disse. “Está tudo bem. Conversamos e, assim, sempre serei grato ao presidente. Se eu estou aqui, devo a ele.”
A posição de Bolsonaro sobre a reforma tributária marcou a sua primeira derrota como liderança da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-capitão havia convocado os seus apoiadores a se manifestarem de forma contrária à reforma, mas não foi seguido nem por Tarcísio, nem pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O próprio Partido Liberal deu 20 votos favoráveis ao projeto.
Tarcísio e Lira haviam tentado convencer Bolsonaro a mudar de ideia, mas o governador de São Paulo recebeu vaias na reunião com o PL na quinta-feira 6, e o presidente da Câmara sequer teve mensagens virtuais respondidas pelo ex-presidente da República.
A reforma tributária acabou aprovada em dois turnos na quinta, com 382 votos no primeiro turno e 375 votos no segundo, números que já estavam nos cálculos das lideranças da Câmara dias antes.
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