Política
Quem é Coronel Tadeu, suplente que deve ficar no lugar de Zambelli na Câmara
Nesta quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes mandou a Câmara empossar o suplente da deputada
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a Mesa Diretora da Câmara emposse, em até 48 horas, o suplente da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A ordem foi dada nesta quinta-feira 11, na mesma decisão que anulou a votação responsável por poupá-la da cassação.
A cassação é uma das consequências da condenação imposta à deputada pelo STF na ação penal que investigou a tentativa de sistemas do Conselho Nacional de Justiça. A sentença, de 10 anos de prisão, se tornou definitiva e sem possibilidade de recurso em junho. Zambelli está atualmente presa na Itália, de onde aguarda uma definição sobre sua extradição.
Agora, quem assume a vaga de Zambelli é Coronel Tadeu, que chegou a ocupar sua cadeira em junho, quando a correligionária anunciou uma licença médica por tempo indeterminado.
A mudança consolida o retorno ao Congresso um nome conhecido do bolsonarismo. Tadeu, que exerceu mandato entre 2018 e 2022, não conseguiu renovar sua permanência na Casa nas últimas eleições, ficando como suplente do PL em São Paulo.
Nascido em setembro de 1965, Marcio Tadeu Adhaia de Lemos fez carreira na segurança pública. Sua trajetória inclui passagens como oficial da Polícia Militar, comandante de operações aéreas e líder de serviços de táxi aéreo no Rio de Janeiro. Também possui formação em Educação Física pela Escola da PM paulista.
Durante seu mandato anterior, foi vice-líder do PL em 2022 e participou como suplente de comissões importantes, incluindo Constituição e Justiça; Segurança Pública; e o Conselho de Ética. Na passagem pela Câmara, ficou conhecido por posições controversas e pelos ataque habituais ao PT e ao presidente Lula.
Um episódio foi marcante na sua trajetória parlamentar: em 2019, véspera do Dia da Consciência Negra, Tadeu destruiu um cartaz sobre o racismo em exposição na Câmara. A imagem, do cartunista Carlos Latuff, mostrava um policial com arma fumegante e um jovem negro no chão, acompanhada da frase “o genocídio da população negra”.
O coronel arrancou o material da parede, rasgou e pisou sobre a obra, sendo criticado por defensores da pauta antirracista.
Já em 2021, Tadeu voltou a causar polêmica ao dizer que o então governador de São Paulo, João Dória (PSDB), merecia levar ‘uma surra no meio da rua’. Na época, o parlamentar se exaltou em uma live nas redes sociais, que criticou a atitude de Dória de afastar o comandante da Polícia Militar, Aleksander Lacerda, por convocar manifestações no dia 7 de setembro a favor de Bolsonaro.
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