Política
Quem é Coronel Tadeu, bolsonarista que deve assumir o lugar de Zambelli na Câmara
O militar já exerceu mandato de deputado federal entre 2018 e 2022 e causou polêmica ao rasgar uma obra contra o genocídio negro exposta no Congresso
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) decidiu se afastar do mandato por tempo indeterminado. O anúncio da licença parlamentar não remunerada deve resultar na entrada de Coronel Tadeu (PL-SP) na Câmara dos Deputados.
A mudança traz de volta ao Congresso um nome conhecido do bolsonarismo. Tadeu, que exerceu mandato entre 2018 e 2022, não conseguiu renovar sua permanência na Casa nas últimas eleições, ficando como suplente do partido em São Paulo.
Perfil do substituto
Nascido em setembro de 1965, Marcio Tadeu Adhaia de Lemos fez carreira na segurança pública.
Sua trajetória inclui passagens como oficial da Polícia Militar, comandante de operações aéreas e líder de serviços de táxi aéreo no Rio de Janeiro. Também possui formação em Educação Física pela Escola da PM paulista.
Durante seu mandato anterior, foi vice-líder do PL em 2022 e participou como suplente de comissões importantes, incluindo Constituição e Justiça; Segurança Pública; e o Conselho de Ética.
Histórico polêmico
O ex-deputado ficou conhecido por posições controversas durante sua passagem pela Câmara. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tadeu faz ataque habituais ao PT e ao presidente Lula (PT).
Um episódio foi marcante na sua trajetória parlamentar: em 2019, véspera do Dia da Consciência Negra, Tadeu destruiu um cartaz sobre o racismo em exposição na Câmara.
A imagem, do cartunista Carlos Latuff, mostrava um policial com arma fumegante e um jovem negro no chão, acompanhada da frase “o genocídio da população negra”.
O coronel arrancou o material da parede, rasgou e pisou sobre a obra, sendo criticado por defensores da pauta antirracista.
Já em 2021, Tadeu voltou a causar polêmica ao dizer que o então governador de São Paulo, João Dória, merecia levar ‘uma surra no meio da rua’. Na época, o parlamentar se exaltou em uma live nas redes sociais, que criticou a atitude de Dória de afastar o comandante da Polícia Militar, Aleksander Lacerda, por convocar manifestações no dia 7 de setembro a favor de Bolsonaro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Fuga de Zambelli após condenação no STF começou pela Argentina; veja o trajeto
Por CartaCapital
Fuga de Zambelli acende alerta no STF e ministros preveem mudança de protocolo
Por Vinícius Nunes



