Política

Provas apontam a participação de milícias no assassinato de Marielle, diz Dino

A relação entre o homicídio e o crime organizado é ‘indiscutível’, segundo o ministro da Justiça

O ministro da Justiça, Flávio Dino, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em coletiva de imprensa sobre o assassinato de Marielle Franco. Foto: Sergio Lima/APF
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira 24 que elementos reunidos pela Polícia Federal ao longo da investigação indicam o envolvimento de milicianos no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

A declaração foi concedida após a deflagração da Operação Élpis, com a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa.

Os três personagens-chave do caso e da operação desta segunda são:

  • O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos tiros;
  • O ex-PM Élcio de Queiroz, motorista do Cobalt no momento dos assassinatos;
  • Maxwell Corrêa, o Suel, suspeito de envolvimento no planejamento do crime, por meio da “vigilância” de Marielle.

“Sem dúvida há a participação de outras pessoas, os fatos revelados e as provas colhidas indicam isso”, reconheceu Dino. “Indicam uma forte vinculação desses homicídios, especialmente da vereadora Marielle, com a atuação das milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro. Isso é indiscutível.”

A afirmação de Dino está em linha com a avaliação do Ministério Público do Rio. O promotor Eduardo Martins disse que a própria participação de Ronnie Lessa seria um indicativo do papel das milícias no caso.

“A questão das milícias, esse ambiente criminoso permeia até a origem do Ronnie Lessa. Existia a questão da história do crime e outros matadores, executores, que atuam nesse contexto do Rio de Janeiro”, declarou. “A gente vai exaurir essa prova para que possa determinar com certeza isso aí.”

Élcio de Queiroz firmou uma delação premiada com a PF e o MP-RJ e relatou detalhes sobre o atentado. A força-tarefa diz ter confirmado os elementos centrais da colaboração e o depoimento já foi homologado pela Justiça. 

“A novidade é que as provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal confirmaram de modo inequívoco a participação de Élcio e Ronnie. Isso conduziu à delação do Élcio”, disse Dino nesta segunda. “Ao fazer a delação, ele confessa a própria participação, aponta a participação do Ronnie e acrescenta a participação decisiva do Maxwell. Alvos da busca de hoje estão relacionados à delação do Élcio.”

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