Política
PM do Paraná desfez bloqueios golpistas em entrada de refinaria
Bolsonaristas tentavam impedir o transporte de combustível da instalação jogando terra no acesso
A Polícia Militar do Paraná desfez, na madrugada desta segunda-feira, 9, um bloqueio golpista que tentava impedir o acesso à refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) despejaram um caminhão de terra para impedir o transporte de combustível da instalação.
O bloqueio aconteceu horas depois dos atos bolsonaristas que depredaram os prédios sede dos Três Poderes, em Brasília. Em nota, a Petrobras informou que as refinarias do País “estão operando normalmente”.
Como mostrou CartaCapital, antes de invadirem a Praça dos Três Poderes, bolsonaristas esperavam o apoio de caminhoneiros para parar o País após os atos de terrorismo.
A reportagem esteve no QG horas antes dos golpistas partirem em direção à Esplanada dos Ministérios em protesto contra a vitória do presidente Lula (PT).
O plano inicial era que a multidão saísse do local por volta das 13h e, segundo manifestantes, ultrapassasse as barreiras das forças de segurança quando a aglomeração golpista atingisse um número de pessoas que tornasse inviável a ação da Polícia Militar do Distrito Federal e da Força Nacional.
“Os caminhoneiros têm que fechar as estradas. Nós seguramos por aqui”, disse um bolsonarista durante a concentração no QG. “Trouxe máscara e proteção para balas de borracha”, confessou outro militante.
Pela manhã, havia um número maior de bolsonaristas do que nos últimos dias. “Nós não vamos quebrar. Vamos entrar [na Esplanada] em uma casa que é nossa”, disse um dos participantes que veio do interior de São Paulo. “A ideia é juntar muita gente para invadir”.
Algumas horas após a invasão da Praça dos Três Poderes, o presidente decretou a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. O petista classificou os atos como fascistas.
A avaliação do governo é que tanto o governador Ibaneis Rocha (MDB) quanto o secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, sabiam com antecedência o que estava sendo planejado. Torres foi exonerado.
Apoiadores de Bolsonaro admitiram que contavam com a condescendência de policiais militares. “Eles não falam abertamente, mas acenam positivamente com a cabeça”, disse um bolsonarista.
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