Política
O fantasma do golpe
Bolsonaro e seus generais não escondem o propósito de questionar o resultado das urnas. Quem se oporá?
Jair Bolsonaro foi a Maringá na quarta-feira 11 visitar uma feira agropecuária. Desceu no aeroporto local, fez uma “motociata” até a Expoingá e, lá, minimizou a inflação que castiga os brasileiros. Em abril, o índice foi o pior para o mês desde 1996. De um ano para cá, subiu 12%. A inflação é usada pelo atual governo como único parâmetro para corrigir o salário mínimo, e nem isso tem garantido o poder de compra. O capitão será o primeiro presidente desde Fernando Henrique Cardoso a terminar o mandato com o mínimo a valer menos do que na posse, em termos reais. “Apesar da inflação estar alta no Brasil, bem como a questão dos combustíveis, na nossa terra os efeitos são menores”, discursou, em menção ao fenômeno mundial.
Se minimizou as condições de vida, Bolsonaro mostrou-se obcecado pela disputa de outubro: “Nós queremos eleições transparentes, como a grande maioria, ou diria a totalidade, do povo”. E emendou: “Pior que uma ameaça externa, é uma ameaça interna de ‘comunização’ do nosso País”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.