Economia

Inflação: IPCA fica em 1,06% em abril, maior variação para o mês desde 1996

Em 12 meses, o índice é de 12,13%, acima dos 11,3% do observado no mês de março, confirmando a entrada do oitavo mês seguido com inflação de dois dígitos

Foto: Agência Brasil
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de abril com 1,06%, o pior resultado para o mês desde 1996. Os dados de abril foram divulgados nesta quarta-feira 11 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o instituto, a inflação acumulada dos últimos 12 meses é de 12,13%, acima dos 11,3% observados no período encerrado no mês de março. Esse é o oitavo mês seguido com inflação acima dos dois dígitos. Só em 2022, a alta no índice é de 4,29%. O resultado desta quarta também configura a maior taxa para o período de um ano desde outubro de 2003, quando a inflação foi de 13,98%.

O maior impacto, segundo o balanço do IBGE, foi do grupo de Alimentos e Bebidas, que variou 2,06% no último mês. Transportes, que variou 1,91%, também levou o índice para cima em abril. Ao todo, os dois grupos foram responsáveis por 80% do IPCA do mês.

Dos nove grupos pesquisados, o único a registrar queda em abril foi o de Habitação, fechando o mês com -1,14%. Segundo o instituto, a mudança da tarifa da energia elétrica, reduzida no 16 de abril, foi o motivador da queda no índice no grupo. Ainda assim, houve aumento no botijão de gás (3,32%) e no gás encanado (1,38%), que integram a lista de produtos analisados no grupo.

Todos os demais setores tiveram alta. Despesas Pessoais, Educação e Comunicação foram os únicos que ficaram abaixo de 1%.

Segundo André Almeida, analista da pesquisa no IBGE, entre os principais vilões do mês estão ‘componentes importantes da cesta básica’:

“Houve alta de mais de 10% no leite longa vida, maior contribuição, e em componentes importantes da cesta do consumidor como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%)”, elenca o analista em nota do IBGE.

Ainda de acordo com Almeida, a alta dos combustíveis, anunciada recentemente pela Petrobras, contribuiu significativamente para que o índice do mês fosse o pior desde 1996.

“A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”, acrescenta o pesquisador.

Em apenas 12 meses, a gasolina já acumula uma alta de 31,22%. Já o etanol subiu 42,11% no período e o diesel 53,5%.

Soma-se ainda ao índice o reajuste de até 10,89% em medicamentos, autorizado em 1º de abril, que fez o IPCA de abril saltar 1,77% no grupo de Saúde e cuidados pessoais.

INPC

O IBGE monitorou ainda o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Neste caso, a alta registrada em abril foi de 1,04%. Para o INPC, a variação registrada foi a maior desde 2003.

No ano, o índice já acumula alta de 4,49% e, nos últimos 12 meses, de 12,47%, superando os 11,73% dos 12 meses anteriores.

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