Política

Novo diretor-geral da PRF rechaça golpismo e promete recuperar a reputação da instituição

Servidor de carreira, Fernando Oliveira teve o nome anunciado em dezembro, após o ministro Flávio Dino desistir de indicar um oficial que comemorou a prisão de Lula para o cargo

Reprodução/Ministério da Justiça
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O advogado e policial Antonio Fernando Oliveira tomou posse nesta quarta-feira 8 como diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, durante cerimônia em Brasília. Em seu discurso, Oliveira garantiu que a corporação não irá compactuar com atos golpistas, afirmou que a PRF foi “maculada” pela última gestão e disse ser preciso resgatar a essência da instituição.

“Nos últimos anos tivemos atos isolados, alguns que eu considero abomináveis, lançaram sobre a PRF o véu da desconfiança. A reputação lapidada ao longo de décadas, de repente se viu atingida e maculada“, declarou. “Relembrando Luther King, a PRF se defronta com a feroz urgência do agora, precisamos fazer o que fazemos de melhor e resgatar nossa essência de polícia cidadã”, finalizou.

Ao citar o quebra-quebra promovido por bolsonaristas na capital federal, em 8 de janeiro, Oliveira destacou que a PRF não tem partido político. O militar também descartou a possibilidade de a corporação embarcar em “qualquer investida contra a democracia”.

Hoje, 8 de fevereiro, um mês após um dos episódios mais deploráveis do Estado brasileiro, resta evidente que a defesa dos ideais republicanos não pode ser meramente retórica. Deve ser praticada diariamente em cada ação, gesto, palavra. Os valores genuínos da PRF, como educação, civilidade, respeito ao próximo são imprescindíveis para a nação”, pontuou.

Durante a cerimônia, o novo diretor-geral anunciou a criação de um protocolo especial para o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes e assinou um acordo de cooperação com o Ibama, com o objetivo de compartilhar informações entre os órgãos sobre áreas de fiscalização e inteligência.

A posse do novo comando da PRF, vale dizer, sucede a série de crises em que a instituição esteve envolvida sob Bolsonaro. Investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal e na Polícia Federal miram a conduta do ex-diretor-geral Silvinei Vasques frente à corporação, acusado de realizar operações nas rodovias no dia do segundo turno das eleições, contrariando uma decisão da Corte.

Policial rodoviário federal desde 1994, Oliveira teve o nome anunciado em dezembro passado, após o ministro Flávio Dino (PSB) desistir de indicar um oficial que comemorou a prisão de Lula (PT) para o cargo.

O novo diretor-geral da PRF é pós-graduado em direito tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa. Ele também já atuou na Assessoria de Planejamento do Departamento de Trânsito do Maranhão na gestão de Dino.

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