Política

Exoneração não livrará o diretor-geral da PRF de investigações, diz Flávio Dino

O futuro ministro da Justiça anunciou, nesta terça-feira 20, Edmar Camata como o próximo comandante da corporação

O ministro da Justiça, Flávio Dino. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O futuro ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) afirmou que a exoneração de Silvinei Vasques da diretoria-geral da Polícia Rodoviária Federal não encerrará as investigações em curso contra ele.

Dino anunciou, nesta terça-feira 20, Edmar Camata como o novo comandante da corporação.

“Investigações administrativas e eventualmente policiais terão segmento nos termos da lei. Não haverá nenhuma orientação do Ministério da Justiça quanto ao conteúdo delas”, afirmou o futuro ministro em entrevista coletiva. “Essa exoneração em nada altera o curso dessas investigações. Isso vale para todos, inclusive para este senhor.”

Dias antes da exoneração, o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, já havia designado Vasques como integrante da Comissão de Coordenação da Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro.

Flávio Dino não revelou se o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reverterá a nomeação, mas afirmou não haver “nenhuma razão para designações neste instante, como se fossem emergenciais, posto que não são”.

“Estamos aguardando que haja bom senso, uma vez que haverá um novo governo e todos esses atos poderão, sim, ser revistos, posto que praticados sem necessidade e urgência”, disse o pessebista. “É um tema que vamos estudar após a posse. Algumas dessas designações serão revistas e outras serão mantidas.”

Silvinei Vasques, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), virou réu em uma ação de improbidade administrativa por suposto uso indevido do cargo ao pedir votos para o ex-capitão durante as eleições. A decisão partiu do juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara federal do Rio de Janeiro, que atendeu a um pedido do Ministério Público Federal no estado.

O agente bolsonarista ainda é acusado de promover operações parciais para impedir o trânsito de eleitores no dia do segundo turno. Essa ação também está na mira da Justiça.

Vasques foi nomeado diretor-geral da PRF quando Anderson Torres assumiu o posto de ministro da Justiça, em abril de 2021.

Ele também trabalhou como superintendente da instituição no Rio de Janeiro e faz parte dos quadros da PRF desde 1995.

O novo comandante

Confirmado por Dino como o próximo diretor-geral da PRF, Edmar Camata é formado em Direito pela UFES e compõe o quadro da corporação desde 2006. Ele é mestre em Políticas Anticorrupção pela Universidade de Salamanca, na Espanha, e tem especializações em Gestão Integrada em Segurança Pública e Ministério Público e Defesa da Ordem Jurídica, além de MBA em Gestão Pública. Atualmente, é secretário de Controle e Transparência no governo do Espírito Santo.

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