Política

No 2º turno, Lula pode ficar sem palanque no Rio Grande do Sul, avalia dirigente do PSB

PT e PSB voltarão a se reunir em busca de uma solução para o impasse em torno da eleição para o governo do estado

No 2º turno, Lula pode ficar sem palanque no Rio Grande do Sul, avalia dirigente do PSB
No 2º turno, Lula pode ficar sem palanque no Rio Grande do Sul, avalia dirigente do PSB
O ex-presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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As direções do PT e PSB voltarão a se reunir em busca de uma solução para o impasse em torno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul. O encontro será o primeiro após o ex-presidente Lula (PT) visitar o estado na companhia de Geraldo Alckmin (PSB).

A principal divergência se dá no nome que deve concorrer no pleito. Os petistas lançaram o deputado estadual Edegar Pretto, enquanto os pessebistas defendem o nome do ex-deputado federal Beto Albuquerque.

A avaliação no PSB local é que, ao contrário do petista, o seu pré-candidato reúne melhores condições de ampliar a aliança no estado em caso de segundo turno. Por outro lado, os dirigentes do partido de Lula acreditam que, para se ter viabilidade da chapa, é preciso que se marque um posicionamento à esquerda.

“O Edegar é um excelente nome, mas entendemos que é uma candidatura que não amplia no segundo turno, não vai agregar os partidos do centro e está fadado a perder a eleição”, afirmou nesta terça-feira 14 o presidente do PSB do Rio Grande do Sul, Mario Bruck, em conversa com CartaCapital. “Já o Beto pode ir para o segundo turno e conversar com as forças do centro democrático. O PSB tem trânsito com o MDB e o PSDB, algo que o PT não tem”.

Para o dirigente partidário, a insistência dos petistas em ter um nome da legenda na disputa pode fazer com que, em um possível segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula fique sem palanque no estado.

“Se a esquerda não se unir há grande possibilidade de ficar de fora do segundo turno, já que há nomes fortes do outro lado”, declarou. Bruck se refere principalmente ao ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que confirmou a sua pré-candidatura, e ao ex-ministro Onyx Lorenzoni, que aparece na liderança das pesquisas eleitorais com o apoio de Bolsonaro.

As direções nacionais de PT e PSB haviam definido o dia 15 de junho como data-limite para resolver os impasses das candidaturas da aliança nos estados, no entanto, o prazo foi estendido. Além do Rio Grande do Sul, há discordâncias no Espírito Santo e em São Paulo.

“A partir de agora, vamos zerar o processo, sem imposição de nome nenhum, para construir uma candidatura que possa representar o campo político da aliança nacional”, disse Bruck. Apesar da volta ao ponto inicial das conversas, o pessebista não acredita que surja um novo nome, além de Pretto e Albuquerque, capaz de unir as legendas no estado.

“Não vejo nenhum nome de consenso, com densidade e capacidade de ampliar no segundo turno”, pontua. “O PCdoB tem a Manuela D’Avila, mas, em um estado conservador como o Rio Grande do Sul, comunismo é uma palavra feia. Até pode ir para o segundo turno, mas não amplia e perde a eleição”.

A falta de acordo com o PT fez o PSB se aproximar do PDT estadual. Beto Albuquerque chegou a dizer que o seu partido estava mais próximo de apoiar o presidenciável Ciro Gomes do que fechar com Lula. O presidente da legenda no estado descartou não abrir o palanque para o petista.

“Dentro dessas conversas surgiu a possibilidade de abrir espaço para o Ciro, mas em nenhum momento pensamos em renegar o Lula”, afirmou. “Não há como ser contra um palanque em que temos o candidato a vice-presidente”.

CartaCapital apurou que a solução para o impasse pode acontecer nos seguintes termos: O PT retiraria as pré-candidaturas aos governos do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo e o PSB desistiria de disputar em São Paulo, com Márcio França.

“A discussão pode evoluir na medida que Lula colocou a necessidade de estarmos juntos. As orientações dele têm um peso extraordinário”, revelou o ex-governador Tarso Genro (PT) em conversa anterior com a reportagem.

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