Política

A maior divergência entre PT e PSB na composição de uma chapa no Rio Grande do Sul

Direções locais dos partidos têm visões diferentes em relação à composição da aliança mais à esquerda ou à direita; no PT, palavra decisiva será de Lula

Ex-presidente esteve no estado nesta semana. Foto: SILVIO AVILA / AFP
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A visita do ex-presidente Lula (PT) ao Rio Grande do Sul nesta semana acelerou as discussões em busca de acordo entre PT e PSB para uma candidatura única ao governo do estado. Os petistas lançaram Edegar Pretto para a disputa, enquanto os pessebistas defendem o nome do ex-deputado Beto Albuquerque.

Em seu discurso, Lula reforçou a necessidade da aliança nacional se repetir no estado, mas as divergências entre as direções locais dos partidos têm impedido a aproximação.

A avaliação do PT do Rio Grande do Sul é que, para se ter viabilidade da chapa, é preciso que se marque um posicionamento à esquerda. “A frente política ideal teria que ter no centro da articulação o PT, o PCdoB, o PSOL, o PSB e o PDT, mas até agora tem sido difícil e lenta a negociação por dúvidas dos nossos parceiros”, afirmou nesta sexta-feira 3 o ex-governador Tarso Genro (PT) em conversa com CartaCapital.

No PSB, há dúvidas sobre essa posição. O pré-candidato da legenda, Beto Albuquerque, chegou a dizer que o partido está mais próximo de apoiar o presidenciável Ciro Gomes (PDT) do que fechar com Lula.

“O Beto entende que a coalizão mais apropriada para eleger o governador teria que ir da centro-esquerda em direção à centro-direita”, revela Genro. “E aqui não se tem uma tradição de realização desse tipo de acordo”.

De acordo com o petista, no entanto, o seu partido está aberto para uma solução que envolva as duas siglas e tudo dependerá do que Lula decidir. “O PT vem colocando a pré-candidatura, mas não de uma maneira fechada. O partido indicou o Edegar para preencher um vácuo” comenta Genro. “A discussão pode evoluir na medida que Lula colocou a necessidade de estarmos juntos. As orientações dele têm um peso extraordinário“.

Pesquisa do instituto Paraná, divulgada em maio, mostra que o ex-presidente lidera a corrida eleitoral no estado com 40% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 34%. Levantamento do mesmo instituto aponta que o ex-ministro bolsonarista Onyx Lorenzoni está na frente na disputa pelo governo estadual.

Outra fonte consultada por CartaCapital, sob anonimato, confirmou que o acordo entre PT e PSB pode se dar nos seguintes termos: O PT retiraria as pré-candidaturas aos governos do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo e o PSB desistiria de disputar em São Paulo, com Márcio França. Os partidos definiram o dia 15 de junho como data limite para resolverem as divergências nos estados.

Nos bastidores, integrantes do PT chegaram a propor a saída de Pretto da disputa desde que Beto também se ausentasse para que a discussão partisse de um nome alternativo. No entanto, não há ainda movimentação oficial da direção nesse sentido, garantiu a fonte.

 

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