Política

Lula: ‘Nada de ficar com medo, mas nada de fazer o jogo rasteiro dos adversários na campanha’

No Rio Grande do Sul, o petista defendeu a aliança com Alckmin e criticou a onda de ‘mentiras que pariram o monstro Bolsonaro’

Foto: Divulgação Lula/Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula (PT), líder das pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, projetou uma campanha “muito dura” na disputa com Jair Bolsonaro (PL). O petista participou de um debate com profissionais e especialistas sobre educação pública, em Porto Alegre (RS).

Marcaram presença no evento, entre outros, o candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), a ex-presidenta Dilma Rousseff e o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante.

“Não vai ser fácil. Não dá para a gente deixar de levantar todo dia com disposição de ganhar. Nada de ficar com medo, mas nada de de tentar fazer o jogo rasteiro que nossos adversários vão fazer conosco”, discursou Lula. “Nada de acreditar que a gente vai ter de publicar fake news.”

Ao defender a aliança com Alckmin, Lula citou a necessidade de reunir “as pessoas que, independentemente do partido ou de ser mais à esquerda ou mais ao centro, saibam amar, aquelas que acreditam que um livro vale mais que uma pistola”.

“Por que voltar? Por que chamar o Alckmin para ser meu vice? Este País era feliz quando a polarização era entre o PT e o PSDB. A gente era civilizado. A gente ganhava e perdia e voltava para casa. A transição que fizemos com FHC foi a mais civilizada que este País conheceu. O adversário não era o inimigo.”

Antes de Lula, Dilma também cumprimentou Alckmin, que, em 2016, endossou o impeachment da petista.

Ela afirmou que teve “a honra de compartilhar [com Alckmin] o exercício de uma função que no Brasil foi esquecida completamente, porque agora Bolsonaro culpa governadores, mas naquela época fazíamos parceria”.

Durante seus mandatos na Presidência, prosseguiu Dilma, manteve com Alckmin “a capacidade de, independentemente dos partidos que representávamos, colocar toda a função pública, que é servir ao povo do País”.

Mencionou como exemplo a atuação conjunta em “vários programas sociais, notadamente no Bolsa Família e no Minha Casa, Minha Vida, nos quais tivemos uma parceria fundamental”.

Investimentos em educação e em saúde

Na agenda desta quarta, Lula voltou a citar, indiretamente, as cobranças de setores do “mercado” para que ele se comprometa com um programa fiscal rígido e com o Teto de Gastos.

“Não estão preocupados se as crianças estão passando fome. A única coisa que os preocupa é saber: ‘Você vai manter o Teto de Gastos, uma política fiscal rígida para que o Estado não deixe de ter dinheiro para pagar os juros?'”, criticou o ex-presidente. “Nunca, nas eleições de que eu participei, alguém me disse: ‘A gente quer ajudar, porque não quer mais ninguém dormindo na sarjeta, não quer que nenhuma criança morra de desnutrição’.”

O petista também exaltou o Sistema Único de Saúde pelo combate à pandemia de Covid-19. O SUS, segundo ele, “evitou a morte de muito mais gente”. Lula defendeu a responsabilização criminal de Jair Bolsonaro pelo negacionismo em meio à crise sanitária.

Ao criticar a postura do ex-capitão na pandemia, o petista declarou que a ascensão de Bolsonaro decorre de um processo de negação e de criminalização da política.

“Mentiram desvairadamente, até que essas mentiras parissem esse pequeno monstro político chamado Bolsonaro, que não conhece de política, não tem amor ao próximo, não derramou uma única lágrima pelas 660 mil vítimas da Covid.”

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