Justiça

‘Não vamos liberar a maconha’, diz Barroso a parlamentares católicos e evangélicos

O presidente do STF se reuniu com representantes da Frente Parlamentar Evangélica e da bancada católica do Congresso para discutir o julgamento em análise na Corte

Coletiva de imprensa ministro Roberto Barroso. 29/09/2023 - Ascom/STF
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O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Roberto Barroso se reuniu, nesta terça-feira 5, com representantes da Frente Parlamentar Evangélica e da bancada católica do Congresso para discutir os critérios do julgamento relacionado a maconha em trâmite na Corte.

O Plenário do STF retoma, nesta quarta-feira 6, a análise da ação sobre a descriminalização do porte de maconha, em pequenas quantidades, para uso pessoal.

“Não vamos liberar a maconha. Eu sou contra as drogas e sei que é uma coisa ruim e é papel do Estado combater o uso de drogas ilegais e tratar o usuário”, disse Barroso durante a reunião.

O ministro apontou que a descriminalização das drogas é matéria de competência do Legislativo e relembrou que foi o próprio Congresso que derrubou a pena de prisão para indivíduos flagrados com pequenas quantidades de entorpecentes.

O presidente da Corte explicou que o julgamento definirá os parâmetros para dizer o que é caracterizado como tráfico ou porte para consumo pessoal, já não penalizado por prisão pela lei brasileira.

Conforme o magistrado, o problema seria a falta de critérios objetivos para diferenciar o traficante do usuário.

“Se um garoto branco, rico e da Zona Sul do Rio é pego com 25g de maconha, ele é classificado como usuário e é liberado. No entanto, se a mesma quantidade é encontrada com um garoto preto, pobre e da periferia, ele é classificado como traficante e é preso. Isso que temos que combater”, declarou o ministro aos congressistas.

“E é isso que será julgado no Supremo esta semana”, completou.

Atualmente, a Lei de Drogas determina que a definição sobre o enquadramento ou não do porte no crime de tráfico de drogas fica a critério do juiz, o que gera insegurança jurídica e decisões conflitantes da Justiça para casos semelhantes.

O julgamento será retomado com o voto do ministro André Mendonça, que interrompeu o julgamento em agosto com um pedido de vista.

Até o momento o julgamento conta com 5 votos favoráveis e um contra para a descriminalização no caso específico.

Em paralelo ao julgamento no STF, tramita no Senado Federal uma Proposta de Emenda à Constituição que propõe criminalizar todas as drogas, independentemente da quantidade.

A tramitação da proposta está travada até a resolução do julgamento no STF.

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