Política
Mourão para Gilmar Mendes: “Se tiver grandeza moral, tem que se retratar”
O ministro do STF declarou que o Exército se associou a um ‘genocídio’ durante a pandemia do novo coronavírus
O vice-presidente Hamilton Mourão respondeu novamente o ministro Gilmar Mendes, após o integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) declarar que o Exército se associou a um “genocídio” durante a pandemia do novo coronavírus.
“Se ele tiver grandeza moral, tem de se desculpar”, disse Mourão em entrevista à CNNBrasil nesta terça-feira 14.
Em nota divulgada nesta manhã, Mendes afirmou que não atingiu a honra do Exército e manteve as críticas à “substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde”.
Na segunda-feira, o vice já havia dito que Mendes “forçou a barra e ultrapassou o limite da crítica”.
Em reação ao que disse o magistrado, o Ministério da Defesa anunciou que vai acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Gilmar Mendes.
Em nota assinada pelo ministro Fernando Azevedo e comandantes das Forças Armadas, a pasta repudiou veementemente a declaração do magistrado e afirmou que tem compromisso com a preservação de vidas.
Na ocasião em que criticou o Exército, o ministro do STF se queixava da decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro em manter Pazuello como ministro da Saúde interino, em vez de nomear um chefe definitivo para a pasta. Desde que Nelson Teich se demitiu em 15 de maio, o Ministério da Saúde é comandado por um militar de forma provisória.
A declaração ocorreu durante transmissão ao vivo realizada pela revista IstoÉ, no sábado 11.
A frase de Gilmar Mendes foi reforçada pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que acusou o governo de promover “desmanche do Ministério da Saúde” e disse haver “aniquilação” e “ocupação militar” do órgão. Na sequência, o médico Drauzio Varella afirmou que “a entrada dos militares não honra a imagem do Exército”.
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