Política

Moraes manda a PF ouvir Valdemar em até 5 dias sobre propostas golpistas

A decisão atende a um pedido apresentado pela corporação nesta terça-feira 31

Foto: Mateus Bonomi/Agif/AFP
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a Polícia Federal ouça, no prazo de 5 dias, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre a existência de propostas golpistas no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A decisão atende a um pedido apresentado pela PF. A solicitação ocorreu no âmbito do inquérito que investiga a suposta omissão de autoridades do Distrito Federal durante os atos terroristas de 8 de janeiro.

Valdemar afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que todo o entorno do ex-presidente recebeu propostas semelhantes à encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele ainda disse que teve o “cuidado de triturar” as minutas golpistas que recebia.

“As afirmações de Valdemar Costa Neto, ao dizer que teve consigo minutas semelhantes, de caráter manifestamente ilegal e inconstitucional, devem ser esclarecidas no contexto mais amplo desta investigação, notadamente no que diz respeito à adesão, por terceiras pessoas, de eventual intenção golpista”, escreveu Moraes.

Horas depois da declaração, o cacique do Centrão voltou atrás e afirmou ter recorrido a uma ‘metáfora’ para se referir à proposta golpista. Valdemar, contudo, reafirmou ter sido procurado por interlocutores do governo que tinham a intenção de “dar um golpe”.

“Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava [o papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar”, contou o ex-deputado.

Para o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, o presidente do PL prevaricou ao não denunciar a intenção de modificar o resultado das eleições. “Ele vulgarizou, dizendo que era uma petição simples e que circulou por todos os espaços onde bolsonaristas circulavam, mas ele não se deu conta, quando tinha obrigação de fazê-lo, da gravidade dos termos veiculados por essas petições”, afirmou a CartaCapital.

As declarações de Valdemar também devem ser alvo de uma investigação no STF. Isso porque o senador Fabiano Contarato (PT-ES) solicitou à Corte a abertura de uma apuração sobre a possibilidade da prática de crime por “destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor”.

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