Política

Membros da CPMI do 8 de Janeiro vão ao MPF contra o coronel Lawand por falso testemunho

O nome do militar ganhou o noticiário após virem à tona as mensagens de caráter golpista trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid

O coronel Jean Lawand Junior e o deputado Arthur Maia. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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Doze integrantes da CPMI do 8 de Janeiro protocolaram uma notícia-crime no Ministério Público Federal contra o coronel do Exército Jean Lawand Júnior por falso testemunho em seu depoimento à comissão, na semana passada.

O nome de Lawand ganhou o noticiário após virem à tona as mensagens de caráter golpista trocadas em 2022 com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

“CID, pelo amor de Deus, o homem [Bolsonaro] tem que dar a ordem”, suplicou Lawand em 10 de dezembro. O mesmo pedido já havia sido feito pelo militar, em áudio, nove dias antes. Naquela ocasião, Cid respondeu que o então presidente não “daria a ordem” por não confiar no ACE, uma alusão ao Alto Comando do Exército.

Na CPMI, Lawand não negou a troca de mensagens, mas disse que não teria pedido um golpe de Estado ou incentivado a desobediência entre os militares. O teor da conversa, segundo ele, seria marcado apenas por lamentos pessoais.

O militar chegou a dizer que o termo “dar a ordem” seria um pedido para que Bolsonaro se pronunciasse a fim de apaziguar e desmobilizar os acampamentos e os bloqueios de estradas após as eleições. A argumentação, no entanto, incomodou até aliados do ex-presidente.

A notícia-crime enviada ao MPF também contesta a alegação de Lawand Júnior.

“Por essa resposta, estava falando de uma ordem dirigida ao Alto Comando, não uma mensagem dirigida ao povo. E não era de uma ordem qualquer, era uma ordem que o Alto Comando não cumpriria”, diz um trecho do documento, divulgado pela GloboNews.

O pedido de investigação é assinado pelos deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duarte Júnior (PSB-MA), Rogerio Correia (PT-MG), Duda Salabert (PDT-MG), Rubens Pereira Junior (PT-MA), Erika Hilton (PSOL-SP) e Adriana Accorsi (PT-GO), além dos senadores Fabiano Contarato (PT-ES), Jorge Kajuru (PSB-GO), Rogerio Carvalho (PT-SE) e Soraya Thronicke (União-MS).

Na terça-feira 27, ao final do depoimento, o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), afirmou que o coronel do Exército “faltou com a verdade”. O deputado declarou, porém, ser “um legalista” e indicou que não aplicaria uma punição a Lawand.

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