Política

Marcos do Val pode responder por prevaricação no Conselho de Ética

Após denunciar um plano golpista de Bolsonaro e Daniel Silveira, o parlamentar pode entrar na mira de seus pares, segundo Randolfe Rodrigues

Marcos do Val. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou neste domingo 5 que o também senador Marcos do Val (Podemos-ES) pode ser investigado pelo Conselho de Ética da Casa Alta por prevaricação no suposto plano golpista do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Configurado a veracidade desse ato [prevaricação], desse fato, desses acontecimentos e não tendo ocorrido naquele momento a denúncia por parte do senador, isso incorre em prevaricação, que é um delito parlamentar e deve ser apurado pela instância devida que é o Conselho de Ética”, disse o parlamentar em entrevista à CNNBrasil. “Creio que este caso está remetido para a instância que deve cuidar dele, o Conselho de Ética”.

Em uma live nas redes sociais, Do Val declarou que Bolsonaro tentou convencê-lo a dar um golpe de Estado.

“Eu ficava puto quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na [revista] Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele, só para vocês terem ideia”, disse Marcos. “E é logico que eu denunciei”.

Após a repercussão do caso, o senador minimizou a participação do ex-presidente no episódio, mas reforçou que Bolsonaro não tentou impedir que Silveira seguisse com o plano. A ideia era usar Do Val para gravar ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.

“[Bolsonaro] Não impediu o Daniel”, afirmou categoricamente. “Mas estava claro que era o Daniel desesperado para manter sua posição, seu networking, no Congresso”.

Moraes chegou a classificar o plano golpista de “Operação Tabajara”. “A ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador, para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, eu conversei exatamente três vezes na vida com esse senador, para que o senador pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos”, ironizou Moraes. “Foi exatamente essa a tentativa de Operação Tabajara que mostra o quão ridículo nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil”.

Do Val agora é investigado pelo STF e já depôs à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República.

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