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Lula conversa com premiê da Espanha e volta a cobrar finalização no acordo UE-Mercosul
O petista chegou a reforçar as críticas em torno das exigências adicionais do bloco europeu


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ressaltar, nesta sexta-feira 3, a necessidade de acelerar a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, durante conversa ao telefone com o presidente de governo da Espanha Pedro Sánchez. A ligação durou cerca de 30 minutos, segundo informou o Palácio do Planalto.
Na conversa, o petista chegou a reforçar as críticas em torno das exigências adicionais do bloco europeu. Neste caso, a Europa deseja garantir que a exportação de commodities que não respeitam regras ambientais seja passível de sanções. A ideia se baseia na legislação europeia sobre o meio ambiente, algo que o governo brasileiro considera excessivamente rígido.
Esta amanhã, conversei por telefone com meu amigo, o presidente da Espanha @sanchezcastejon, que está na Presidência do Conselho da União Europeia. Falamos sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia e de fazermos um esforço para concluir a negociação antes do fim das…
— Lula (@LulaOficial) November 3, 2023
Outro ponto mencionado por Lula é a resistência do Mercosul em abir mão das compras governamentais diante da necessidade de reindustrialização do Brasil e dos países-membros do bloco. Este mecanismo permite a aquisição de bens e serviços pelo setor público, por meio dos governos e das autoridades locais, em áreas como educação, saúde, segurança, energia e infraestrutura.
Por sua vez, Sanchez manifestou interesse em acelerar as negociações sobre o acordo comercial e afirmou que a presidência simultânea do Brasil no Mercosul e da Espanha no Conselho Europeu é uma oportunidade de finalizar as discussões.
Durante café da manhã com jornalistas na sexta-feira 27, no qual CartaCapital esteve presente, Lula disse considerar que o acordo com a UE precisa ser concluído até o início de dezembro. As tratativas em torno do tema vêm sendo feitas desde 1999, mas até o momento nada foi ratificado.
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